Em 2010, vereador ajudou a aprovar a implantação da Zona Azul na cidade
De olho em sua tentativa de reeleição, em 2012, o vereador de Mauá Roberto Rivelino Ferraz, o Professor Betinho (PSDC), pede desculpas à população da cidade por ter ajudado a aprovar lei ‘em branco' que deu total autonomia para o Executivo regulamentar a implantação da Zona Azul (estacionamento rotativo pago) no município.
"Peço desculpas à população por ter votado a favor da lei", disse o democrata-cristão na tribuna da Câmara. "Na época não tinha o entendimento de que a exploração seria tão agressiva. Não imaginava que em 60 dias iriam criar 3.000 vagas", justificou.
O projeto que originou a Lei Municipal 4.535/10 encaminhado pelo Paço à Câmara deixou em aberto os principais itens da concessão do serviço, como a quantidade de vagas demarcadas, as ruas e avenidas que seriam atingidas e o valor da tarifa da Zona Azul. Na matéria, há indicação de que todos estes pontos seriam definidos por decreto do Executivo, sem passar pelo crivo dos parlamentares.
O pedido de desculpas, no entanto, é tardio, já que Betinho não tem poder para reverter o parecer ou revogar a lei que ajudou a aprovar - dos 17 vereadores, somente Manoel Lopes (DEM), Atila Jacomussi (PPS), Alberto Betão Pereira Justino (PTdoB) e Silvar Silva Silveira (PV) votaram contra a proposta.
Por trás do discurso agora arrependido, está sua tentativa de reeleição à Câmara em 2012. Isso porque a Zona Azul é vista como medida impopular, o que pode acarretar prejuízos eleitorais a quem contribuiu para viabilizá-la. É deste contexto que o democrata-cristão quer se esquivar. No pleito de 2008, ele foi, dos vereadores eleitos em Mauá, o menos votado, conquistando 2.156 votos.
Retardo - Betinho começou a empunhar a bandeira contra a Zona Azul depois que o PSDC ficou sem representante no primeiro escalão do governo Oswaldo Dias (PT). Isso ocorreu quando, em junho, a secretária de Educação, Margaret Freire, trocou o partido pelo PDT.
Na luta para tentar se desvencilhar da pecha de ter ajudado a aprovar a matéria, protocolou, na semana passada, projeto de lei idêntico à emenda apresentada por Manoel Lopes no ano passado e rejeitada pelo plenário. Apesar do plágio, tenta sensibilizar os colegas a isentarem idosos e deficientes físicos do pagamento da tarifa.
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