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Redes garantem que vão reduzir preços

Supermercadistas afirmam que serão feitos repasses da desoneração nos itens da cesta básica

Leone Farias
12/03/2013 | 07:00
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Redes supermercadistas se comprometeram a repassar aos clientes a isenção do PIS e da Cofins nos itens da cesta básica. Com a desoneração tributária anunciada pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, carnes, ovos, arroz, feijão, leite, café, açúcar, pão, farinhas, óleo, manteiga, frutas e legumes terão redução de pelo menos 9,25% nos custos com o pagamento desses dois impostos. Itens de higiene (sabonete, papel higiênico e pasta de dente) terão diminuição de 12,5%.

Na sexta, Dilma afirmou que espera contar com a colaboração dos empresários para uma redução nos mesmos índices nos preços desses itens desonerados. Ontem, grandes redes comunicaram que apoiam a medida e que vão baixar os valores da cesta.

O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, informou que ontem mesmo diminuiu os preços, por causa da medida, nas lojas Extra (nos formatos mini, super e hipermercados), Pão de Açúcar e também nas operações de comércio eletrônico, com Pão de Açúcar Delivery (www.paodeacucar.com.br) e Extra Delivery (www.extra.com.br).

O Diário esteve em unidade do Extra em Santo André ontem e verificou que houve diminuições de preços de alguns itens da cesta, mas não de todos. O coxão mole, que estava R$ 18,79 o quilo na semana passada, conforme pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), caiu para R$ 16,79 (redução de 10%). Já o sabonete Lux Suave, que custava R$ 0,89, seguia com mesmo preço.

Outras companhias informaram que estão em vias de fazer o repasse. É o caso do Walmart e do Carrefour. Essa última empresa detalhou que estuda a composição dos valores de cerca de 4.000 produtos comercializados em suas lojas, de diferentes categorias de alimentos, e trabalha para adaptação de seus sistemas. Informou ainda que atua diretamente na negociação junto aos fornecedores, para assegurar que estão empenhados em cumprir a decisão.

COMPROMISSO - Após reunião com entidades de supermercadistas e de indústrias de alimentos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as empresas desses segmentos se comprometeram a repassar a isenção o mais depressa possível.

Participante do encontro, o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Fernando Teruo Yamada, afirmou que, a partir de hoje, carnes e produtos de higiene devem cair numa média de 6%, enquanto demais itens da cesta básica devem diminuir 3%. A desoneração integral chegará ao consumidor em até duas semanas, acrescentou o dirigente. Isso porque parte do repasse depende da indústria.

CONSUMO - Especialistas citam que a medida é importante. "O nosso sistema tributário é injusto, incide muito sobre o consumo e a população de baixa renda acaba sendo mais onerada. Precisamos verificar como o setor privado vai se comportar", afirma o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Francisco Funcia.

Consumidores da região ouvidos pelo Diário esperam que a desoneração refresque o orçamento doméstico. "Tudo que baixar é bem-vindo, os preços estão bem altos", afirmou o aposentado José do Carmo, de 61 anos.

REVERSÃO - Os setores da economia beneficiados com reduções de tributos que reajustarem preços de forma abusiva poderão ser punidos com a reversão das medidas, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o governo está atento para que todas as reduções de preços dos produtos beneficiados por desonerações sejam cumpridas. "Temos um sistema de monitoramento de preços. A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda) traz a evolução de todos os preços. Fazemos o acompanhamento dos setores beneficiados com reduções tributárias para eventualmente reverter medida se houver abuso na elevação", afirmou.

Segundo o ministro, a redução nos valores dos alimentos diminuirá a inflação porque esses produtos têm peso relevante no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação. "A alimentação é o principal componente do IPCA. Pesa 23% no índice. Eu acredito na disposição do setor em reduzir os preços", ressaltou.

 

 




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