Internacional Titulo Conflitos
Comunidade muçulmana protesta em S.Bernardo

Manifestantes pedem o fim da ofensiva israelense em Gaza, que já deixou cerca de 800 palestinos mortos

Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
10/01/2009 | 09:03
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Cerca de 200 pessoas participaram na sexta-feira de uma passeata promovida pela comunidade muçulmana de São Bernardo em favor da paz na Faixa de Gaza, local onde pelo menos 800 palestinos morreram desde o início da ofensiva israelense, em 27 de dezembro.

Durante a manifestação, que começou na mesquita de São Bernardo e se encerrou na Praça Matriz, líderes muçulmanos acusaram Israel de estar promovendo um novo Holocausto, desta vez contra os palestinos, e também pediram boicote aos produtos norte-americanos.

 "Os judeus insistem em fazer filmes sobre o Holocausto, para que ninguém esqueça o genocídio. Entretanto, estão promovendo outro contra os palestinos. Pessoas inocentes estão sitiadas, não têm por onde fugir", disse o xeque de São Bernardo, Jihad Hassan Hammadeh, que também é vice-presidente da Wamy (Assembleia Mundial da Juventude Islâmica) da América Latina.

O religioso também pediu aos participantes e comerciantes que observaram a passagem da passeata pelas ruas do Centro de São Bernardo a não consumirem os produtos de origem norte-americana. "Comprem produtos brasileiros. Tenham certeza de que vocês não estão adquirindo itens que resultarão em lucro para os EUA, país que apoia a agressão israelense."

O protesto da comunidade muçulmana na região também contou com a participação de Salah Alqataa, conselheiro da Embaixada da Palestina, localizada em Brasília. "Tenho familiares e amigos lá. Eles relatam que há fuga das casas para outros imóveis, muita destruição, corpos nas ruas, impedimento para a chegada de socorro. Há muitos episódios de horror", afirmou.

A comunidade de muçulmanos no Grande ABC tem aproximadamente 500 famílias, a maioria composta de libaneses. Entretanto, a passeata contou com a participação de alguns palestinos, como Faruk Mohammad, 60 anos, que nasceu perto de Ramallah, e que veio ao Brasil em 1967.

 "Tenho muitos familiares lá, como minha mãe, irmã e tios. Eles não estão na área do conflito atual, mas já estiveram. Estamos aqui hoje (sexta-feira) para pedir a paz e o fim da violência."

Em relação aos ataques de foguetes realizados pelo Hamas, que teriam desencadeado a ofensiva do Estado hebreu, segundo justificativa das autoridades israelenses, o xeque Jihad Hassan Hammadeh relembrou o boicote sofrido pelos palestinos. "Antes do Hamas lançar os foguetes, há um ano e meio de boicote e o Estado de Israel fechou as fronteiras e não deixou entrar água, comida, remédios, combustível. Após o final da trégua, fizeram isso para chamar a atenção da opinião pública para a calamidade da qual os palestinos viviam. Este massacre não justifica o lançamento de alguns foguetes. Nada justifica a matança de 800 pessoas."

Ajuda - O governo brasileiro enviou ontem 14 toneladas de doações em alimentos e medicamentos para as vítimas do conflito. A aeronave Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira chegará no domingo na Jordânia e dali, os donativos serão transportados à Faixa de Gaz




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