O papa Bento XVI pediu solidariedade para superar a crise econômica mundial e defendeu a promoção do diálogo para "achar soluções justas e duradouras para o conflito" que atormentam o Oriente Médio, em sua mensagem de Natal ‘urbi et orbi'.Em sua mensagem, o Papa desejou Feliz Natal em 64 idiomas, inclusive o português.
Como todos os anos, falando do balcão da Basílica de São Pedro, o Papa alemão - que demonstrou em seu rosto o peso dos 81 anos - enumerou os males que afligem a humanidade quando falta "o necessário para sobreviver": a ofensa à dignidade e os direitos do homem, a preponderância dos "egoísmos pessoais" sobre o "bem comum", as lutas fratricidas, a "exploração do homem pelo homem", o terrorismo e a miséria.
O Sumo Pontífice também se centrou em assuntos específicos da política atual. "Que a luz divina se difunda na Terra Santa, onde o horizonte parece voltar a ficar obscuro para israelenses e palestinos", afirmou o Papa diante de milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro.
"Que se propague no Líbano, no Iraque e em todo o Oriente Médio", acrescentou o líder da Igreja Católica.
Bento XVI pediu ainda que "frutifiquem os esforços daqueles que não se resignam à lógica perversa do enfrentamento e da violência e preferem, em troca, a via do diálogo e da negociação para resolver tensões".
Na Missa do Galo à meia-noite de quarta, o Papa também orou pela paz em Belém, terra onde nasceu Jesus.
Diante de milhares de fiéis, Bento XVI convocou os cristãos a rezar "para que a paz chegue a Belém, para que cesse todo o ódio e a violência" no país onde "Jesus viveu e que ele amou profundamente", em alusão à antiga Palestina, hoje dividida entre vários estados do Oriente Médio.
"Rezamos para que se desperte a compreensão recíproca, para que se dê uma abertura de corações que abra as fronteiras".
Ao falar da África, o Papa mencionou diretamente o Zimbábue, a República Democrática do Congo, a província sudanesa de Darfur e a Somália.
O Papa se referiu ainda à crise econômica global, ao pedir que este Natal "anime a todos, com espírito de autêntica solidariedade em um mundo no qual se olha com desconfiança o futuro, que está se tornando cada vez mais incerto, inclusive nas nações do bem-estar".
"Se cada um pensar apenas em seus próprios interesses, o mundo se encaminhará para a ruína", advertiu o Sumo Pontífice.
Bento XIV de certa maneira decepcionou as expectativas de quem esperava a confirmação da possível viagem à Terra Santa (Jordânia, Israel e os territórios palestinos) em maio de 2009, conforme anunciada na terça-feira pelo patriarca latino Jerusalém, depois de uma informação não-oficial da presidência israelense.
No Natal de 2006, o Papa já havia expressado publicamente o desejo de ir à Terra Santa em uma mensagem aos cristãos do Oriente Médio. No entanto, até então, o Vaticano condicionava essa viagem a uma melhoria da tensão na região.
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