O prefeito eleito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), foi diplomado quinta-feira com o mesmo discurso adotado durante toda a campanha: a inversão de prioridade para mudar o rumo da cidade. Com direto à claque, o petista prometeu cumprir o plano de governo a partir de janeiro com a ajuda do Poder Legislativo. "Vamos priorizar a periferia. Falamos em campanha, faremos em governo."

Embora os vereadores eleitos pela coligação rival - 12, dos 21 parlamentares - não tenham contado com os calorosos aplausos dos companheiros, Marinho reafirmou que não terá problema de governabilidade. "Minha relação com a Câmara será madura. Nossos vereadores compreenderão que a cidade votou por mudança e espera isso a partir do dia 1º de janeiro. Mesmo com confronto de idéias durante o período eleitoral, não votarão contra a cidade. Nossa relação será tranqüila."

Mas não foi exatamente uma "relação tranqüila" que os vereadores eleitos para ser oposição ao PT em 2009 demonstraram após o ato de diplomação. Apenas petistas e aliados permaneceram em cena para parabenizar o futuro prefeito. Juarez Tudo Azul (PSDB) foi um dos poucos vereadores eleitos pela coligação tucana que não se intimidou em cumprimentar o adversário.

Assegurando ser "improvável" uma Câmara oposicionista, Marinho evitou comentar as negociações para a composição da mesa diretora e afirmou que não deve interferir na escolha do presidente. "É evidente que os vereadores que compõem minha base procurarão eleger o presidente, mas o prefeito não tem um candidato, está aberto para dialogar. A disputa passou, temos de pensar o que é melhor para a cidade: uma relação de confronto ou parceria."

A "relação próxima" de Marinho não deve ser apenas no âmbito municipal. Antes mesmo de tomar posse, o futuro chefe do Executivo garantiu que ficará no encalço dos governos federal e municipal para garantir recursos ao Grande ABC. "Conversei com os demais prefeitos (eleitos) para pensarmos a região e é preciso sintonia. É isso que farei."

Marinho afirmou, porém, que a iniciativa não foca, ao menos no primeiro ano de mandato, a presidência do Consórcio Intermunicipal. Seguindo a política da boa vizinhança, o petista deve votar junto para eleger o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), como próximo gestor da entidade. "Não estou em campanha à frente do Consórcio, não neste momento. Teremos uma decisão por unanimidade, creio que é um bom momento para o Auricchio."