Internacional Titulo Grécia
Greve geral de 24 h convocada na Grécia reúne milhares de pessoas

Manifestantes exibem cartazes que pedem a renúncia do premiê e chamam o governo de 'Estado assassino'

Da AFP
10/12/2008 | 08:58
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Milhares de pessoas se reuniram nesta quarta-feira no centro de Atenas em uma nova manifestação contra a morte de um adolescente baleado pela polícia e por ocasião de uma greve geral de 24 horas convocada na Grécia.

O grupo mais importante, formado por estudantes e professores, se encontra na praça central de Syntagma, onde se encontra o Parlamento grego, exibindo cartazes que pedem a renúncia do primeiro-ministro Costas Caramanlis e chamam o governo de "Estado assassino".

Centenas de militantes da PAME (Frente Comunista Sindical) se congregaram por ocasião da greve geral e realizaram uma outra manifestação diante da sede do ministério do Trabalho.

Os dois grandes sindicatos gregos, a poderosa GSEE (Confederação Geral de Trabalhadores Gregos, com 600 mil afiliados) e a ADEDY (Federação de Funcionários, com 200 mil membros), pediram aos trabalhadores que realizem um protesto pacífico na praça de Syntagma a partir do meio-dia.

Os sindicatos ignoraram o pedido de Caramanlis feito num discurso à nação na noite de terça para que evitem confundir reivindicações trabalhistas e os protestos juvenis desencadeados pela morte do adolescente.

O líder da oposição socialista, Georges Papandreu, rejeitou o apelo feito por Caramanlis e exigiu a demissão de seu governo, reeleito em setembro de 2007, assim como a convocação de novas eleições.

A explosão da violência juvenil deixa em mais dificuldade o governo, já desestabilizado por vários escândalos e a crise econômica.

Pela primeira vez nos últimos cinco anos, as pesquisas dão vantagem ao Pasok, o grande partido opositor socialista, em relação aos conservadores.

Os observadores atribuem à insegurança econômica e ao desemprego a explosão do mal-estar entre os jovens depois da morte do adolescente.

Enquanto isso, o policial que efetuou o disparo, foi acusado de homicídio voluntário, à espera dos resultados do teste balístico.

Os sindicatos protestam contra a política de austeridade do governo.

Antes do reinício das manifestações, a Grécia amanheceu em relativa calma nesta quarta-feira.

Mas, na capital, aconteceram confrontos até às 3h entre policiais e mais de 100 jovens que deixavam as Faculdades Politécnica e de Direito, ocupadas desde domingo.

Uma agência dos correios, um banco e uma agência de turismo foram atingidos pelos manifestantes no centro da capital.

A polícia de Atenas realizou 55 detenções na terça-feira.

As manifestações contra a polícia se intensificaram na terça-feira depois do enterro do adolescente morto a tiros por um agente.

Alexis Grigoropulos, 15 anos, e cuja morte, no sábado, desencadeou uma onda de violência, foi sepultado na terça-feira na periferia da capital grega.




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