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Paquistão prende líderes de grupo acusado pelos atentados de Mumbai
Da AFP
10/12/2008 | 08:56
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O primeiro-ministro do Paquistão anunciou que as autoridades paquistanesas prenderam dois líderes da organização Lashkar-e-Taiba, suspeita de ter organizado os atentados do fim de novembro na cidade indiana de Mumbai.

Ao ser questionado pela imprensa sobre a situação de Zaki ur Rehman Lajvi e de Zarar Shah, dois importantes líderes do grupo, o premiê Yusuf Raza Gilani respondeu: "Ambos foram presos e abrimos uma investigação".

Os ataques coordenados contra vários alvos em Mumbai 26 e 29 de novembro deixaram 172 mortos, incluindo nove dos 10 terroristas.

A Índia acusa o grupo Lashkar-e-Taiba da autoria dos atentados.

De acordo com jornais indianos, o único terrorista sobrevivente identificou Lajvi como um dos organizadores do massacre.

As autoridades paquistanesas, submetidas a uma forte pressão internacional, prenderam desde sábado 16 pessoas próximas ou diretamente ligadas ao grupo islamita Lashkar-e-Taiba.

No entanto, o Paquistão descartou a possibilidade de extraditar para a Índia algum dos suspeitos e se disse decidido a julgá-los de acordo com as próprias leis.

Alguns dos detidos estavam na lista de pessoas que a Índia deseja ver extraditadas entregue semana passada ao Paquistão. Gilani, no entanto, negou que as detenções tenham relação com as pressões de Nova Délhi.

"Qualquer ação que realizarmos será no interesse do Paquistão e de seu povo", declarou à imprensa.

O ministério das Relações Exteriores do Paquistão insistiu que os suspeitos detidos devem ser julgados no país.

A imprensa indiana noticiou que o terrorista sobrevivente apontou Lajvi como o homem que selecionou e treinou os 10 milicianos. Ao que parece, ele escolheu ainda os locais de ataque em Mumbai a partir de Karachi (a capital financeira do Paquistão), por meio de mapas do site Google Earth.

Segundo o sobrevivente, cada terrorista tinha oito granadas, um fuzil AK-47, 200 cartuchos e um telefone celular.

O premiê paquistanês se negou a afirmar se o país proibirá a Jamaat-ud-Dawa, a organização de caridade considerada o braço político do LeT.

"Não faremos nada sob pressão indiana. A proibição já existe", declarou, a respeito do fato do LeT ter sido declarado ilegal por Islamabad em 2002, depois que o grupo extremista atacou o Parlamento indiano em 2001, provocando a morte de 10 pessoas.

O ataque de 2001 deixou Índia e Paquistão - duas potências nucleares - à beira da quarta guerra desde a independência do Império Britânico em 1947.

Os atentados de Mumbai voltaram a deixar os vizinhos, que têm como principal conflito a disputada região da Caxemira, atualmente dividida, em clima de muita tensão.




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