Região contribuiu significativamente com o resultado, já que o Estado representa 35% do faturamento
Contrariando a crise financeira mundial, que eclodiu a partir do segundo semestre, o faturamento total das vendas de materiais de construção em outubro apresentou crescimento de 4,4% em relação a setembro.
No acumulado do ano (janeiro a outubro) o crescimento foi de 36,47% em comparação ao mesmo período do ano passado, e nos últimos 12 meses a indústria de materiais de construção teve alta de 34,16%, segundo o Índice de Vendas, divulgado nesta segunda-feira pela Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).
"Não ficamos surpresos que o setor cresceu mesmo com a crise, mas sim, com o quanto cresceu. O ritmo está sendo mantido", conta Melvyn Fox, presidente da associação.
Segundo ele, o Grande ABC, assim como toda a Região Metropolitana, contribuiu significativamente com o resultado obtido pelo País, uma vez que, o Estado de São Paulo representa 35% do total do faturamento do Brasil.
"A crise mundial não deve afetar o segmento neste momento. Isso porque, as construtoras não podem parar as obras dos apartamentos que estão em construção e que já foram vendidos.
Além disso, o governo federal já tomou medidas que garantem o crédito para as empresas do setor, dando assim, estabilidade. É importante que neste momento de cautela do mercado nossa economia continue girando", avalia Fox.
Com os resultados positivos, a expectativa é de que o ano feche com um crescimento de 28% no faturamento das vendas de materiais de construção, o que representa um bom desempenho, já que em 2006 o índice foi de 6,3% e em 2007 de 15,5%.
Na visão de Rosana Carnevalli, que faz parte da diretoria e do conselho da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o Grande ABC acompanha os reflexos do País, já que desde 2007 foi cenário de grandes investimentos na construção civil. "Muitos empreendimentos lançados na região ainda nem começaram a ser construídos. Por isso, acredito que apenas em 2010 começaremos a sentir os efeitos da crise, ou seja, uma queda no consumo de materiais", afirma Rosana.
Para ela, assim como os produtos de acabamento, os de base (cimento e ferro, principalmente) serão consumidos em grande escala até a construção completa desses novos imóveis. "Que ficam prontos entre dois e três anos - período que os compradores terão as chaves da casa própria nas mãos", reafirma. "Portanto, o setor manterá, provavelmente, crescimento até que a crise desapareça", conclui.
EXPANSÃO - A Telhanorte - rede de lojas de material de construção, que mantêm uma unidade em Santo André, e outras 23 no Estado (das quais 14 estão na Grande São Paulo) - informou, por meio de nota, que até dezembro vai inaugurar mais uma loja na região, "já que o Grande ABC sempre manteve ótimos índices de vendas".
Materiais de base superam os de acabamento
O Índice de Vendas da Abramat também aponta o aumento de faturamento dos materiais de base (como ferro, cimento, tijolo) com relação aos de acabamento (como o gesso, pisos, azulejos).
O desempenho das vendas dos materiais de base no mercado interno superou o atingido pelas vendas de materiais de acabamento nos resultados acumulados desde o início do ano e também nos últimos 12 meses.
O faturamento, entre janeiro e outubro, das vendas dos materiais básicos registrou crescimento de 40,38% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 38,03%, e em relação ao mês de setembro deste ano, o faturamento das vendas cresceu 2,90%.
Já o faturamento acumulado das vendas internas de materiais de acabamento, de janeiro a outubro, apresentou crescimento de 20,11% em relação ao mesmo período de 2007. O resultado acumulado nos últimos 12 meses obteve alta de 18,53%. Na comparação com o mês de setembro deste ano, o faturamento cresceu 12,87%.
Construbusiness acontece em dezembro
No início de dezembro acontece a 7ª edição do Construbusiness. O evento prevê discutir a crise financeira mundial inserida no setor da construção civil.
Entre os temas que serão debatidos está o crescimento sustentado do setor - comprovado pelos números do Índice de Vendas Abramat -, e as possíveis medidas apresentadas ao governo federal para contenção dos efeitos da crise econômica mundial.
Durante o evento será assinado um acordo pelas organizações do setor para viabilizar as metas da PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo), com ações para revisão tributária, capacitação de mão-de-obra e inovação tecnológica em toda a cadeia produtiva.
Serviço: O 7º Construbusiness acontece no dia 1º de dezembro (segunda-feira), das 8h30 ao meio-dia, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) - na avenida Paulista, 1313. Informações nos sites www.fiesp.com.br/construbusiness ou www.abramat.org.br.
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