Política Titulo S.Paulo
Estado quer ajudar transição na Saúde
Fábio Zambeli
Da APJ
23/11/2008 | 07:44
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O governo do Estado vai convocar os prefeitos eleitos e os novos secretários de Saúde com o objetivo de impedir a ruptura de programas preventivos e assegurar a continuidade de parcerias para o atendimento dos pacientes da rede pública na transição de mandatos nos 645 municípios paulistas. É o que revela o secretário-adjunto do Estado da Saúde, Renilson Rehem.

O temor da Pasta é que a eventual mudança nas diretrizes dos governos municipais provoque o desmonte de mecanismos de assistência primária e desarticule o encaminhamento dos tratamentos em especialidades médicas. "Não pode ser assim. Suspender tudo. Tem de haver continuidade. Cada prefeito vai poder imprimir sua marca, claro. Mas não deve fazer isso desmontando o que foi feito pelo outro", afirma Rehem.

O secretário considera fundamental que os novos governantes e os reeleitos assumam compromissos com o setor e mantenham ativos os projetos bem-sucedidos, independentemente de matizes ideológicas. A mediação de possíveis conflitos ficará a cargo dos 17 DRSs (Departamentos Regionais de Saúde).

"É preciso chamar a atenção de que os compromissos assumidos pelo município não são pessoais, são da municipalidade e devem ser mantidos", afirma.

Na avaliação de Rehem, a eleição colocou definitivamente a Saúde na agenda dos gestores públicos para o próximo quadriênio. "Em municípios nos quais o prefeito foi reeleito, a saúde foi um dos aspectos fundamentais. Onde o prefeito não foi reeleito, a saúde foi seu principal problema. A saúde está na pauta política e administrativa", pondera.

O secretário-adjunto avalia que o 20º aniversário de implantação do SUS (Sistema Único de Saúde) leva o Estado de São Paulo a uma condição privilegiada no cenário nacional em três segmentos: alta complexidade, acessibilidade e distribuição de medicamentos. "Tem havido crise na saúde pública em vários Estados. Rio, Paraíba, Pernambuco. E não aconteceu em São Paulo. Avançamos muito no Estado."

Para Rehem, o papel das Santas Casas nas pequenas cidades deve ser revisto, com a descoberta de novas vocações para sua subsistência. "Algumas pequenas Santas Casas são inviáveis. O município e a comunidade local precisa readequá-la para algo que seja sustentável e viável. Não dá para ficar forçando a barra para manter, pois a coisa não funciona."

Após duas décadas, segmento ainda tem desafios em São Paulo

Após 20 anos de implementação do SUS (Sistema Único de Saúde), o Estado de São Paulo festeja a condição de referência nacional no atendimento público e evoca uma blindagem a crises no setor.

Na avaliação de dirigentes, o território paulista escapa das turbulências mais graves que afligem a assistência médica no País. "Tem havido crise na saúde pública no Rio, Paraíba, Pernambuco. E não aconteceu em São Paulo. Avançamos muito no Estado", avalia o secretário-adjunto da Saúde, Renilson Rehem.

Ele admite carências ‘localizadas', mas sustenta que há oferta satisfatória de serviços. "O Estado tem carências na região oeste, no Pontal, extremo noroeste, na região de Araçatuba, Rio Preto, no fundão da região de Sorocaba. Mas, no geral, tem uma boa oferta de serviços. O desafio é articulá-los para o que paciente tenha o acesso", reforça.

Para atingir este patamar, o Estado amplia gradativamente a injeção de recursos próprios no sistema - houve um crescimento de 64% dos gastos com saúde nos últimos seis anos.

Embora São Paulo possua 22% da população brasileira, o SUS paulista realiza 29% das internações de cirurgias oncológicas, 52% das internações de transplantes, 26% dos gastos de terapia renal substitutiva, 29% de quimioterapia e 27% de radioterapia, 32% dos gastos com ressonância magnética e 38% de tomografia computadorizada no Brasil. Além disso, conta com 27% dos leitos nacionais de UTI e contribui com 44% dos gastos com remédios de alto custo.




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