Economia Titulo Imóveis
Vendas de imóveis caem e metas são revistas
19/11/2008 | 07:02
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A divulgação dos resultados do terceiro trimestre pelas incorporadoras foi marcada por nova onda de revisão de metas de VGV (Valor Global de Vendas) de lançamentos, por queda na velocidade de vendas, com arrefecimento principalmente da demanda por imóveis com valor entre R$ 350 mil e R$ 800 mil, destinados às classes média e alta. A expectativa do mercado é de continuidade da redução da velocidade de vendas no quarto trimestre. Os agentes do setor avaliam que, apesar dos cortes já realizados nas metas de lançamentos, muitas empresas não conseguirão cumprir as projeções para o ano.

A retração da demanda por imóveis com preço entre R$ 350 mil e R$ 800 mil, ou seja, acima da faixa coberta pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação) deverá continuar. Trata-se, muitas vezes, de unidades destinadas a quem pretende trocar o imóvel para um de padrão de preço mais elevado. Num momento de crise, a decisão de mudar de casa pode ficar para depois.

Na avaliação do analista da Fator Corretora, Eduardo Silveira, a velocidade de vendas deve piorar no quarto trimestre, puxada pela retração na procura por unidades desse segmento. Como boa parte das incorporadoras atua no médio e alto padrão, pode haver reduções nos lançamentos no período. "As vendas estão mais lentas. Mesmo as empresas tendo cortado as metas, é pouco provável que as projeções sejam atingidas", afirma um consultor que prefere não ser identificado.

As empresas não vão lançar projetos em que tenham dúvidas a respeito da demanda, segundo o consultor. "O nome do jogo mudou", diz, sobre o cumprimento ou não das metas de VGV pelas incorporadoras. "A preocupação agora é com o caixa das empresas e que elas entreguem o que já lançaram", diz.

Em relação às unidades com valor abaixo de R$ 350 mil, a perspectiva é que demore mais para que haja alterações na demanda. Na faixa abrangida pelos financiamentos do SFH, a redução na procura por imóveis depende de fatores como aumento do desemprego e redução da renda, destaca o analista. Em muitos casos, o segmento até R$ 350 mil representa o primeiro imóvel a ser adquirido.

Não há euforia no mercado também nas perspectivas para 2009. Otimismo antes era esperar lançamentos 30% maiores em 2009 do que neste ano, segundo o analista da Fator. Atualmente, ser otimista é esperar que as empresas lancem no ano que vem o mesmo que em 2008, de acordo com o analista Silveira.




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