Sem a presença de nenhum dos 16 vereadores nem do secretário de Saúde de Diadema, Osvaldo Misso, a Câmara serviu de palco ontem à tarde para a realização da audiência pública de prestação de contas da área, referente ao segundo trimestre de 2008. Cerca de 30 pessoas participaram - a maioria conselheiros municipais de Saúde.

A apresentação do balanço da área foi feita pela secretária em exercício de Saúde, a assistente social Marilda Moreira da Silva (Misso está de licença e retornará na próxima segunda-feira). Entre os números da Pasta, 64 médicos pediram demissão neste período. Porém, 74 foram contratados.

A falta de médicos, aliás, foi admitida por Maria Luisa Granado, assessora da Secretaria de Saúde e conselheira municipal gestora, como um problema existente em todo o País. "O Brasil não investiu na formação de médicos", afirmou.

A Prefeitura publica hoje edital para contratação de médicos em caráter de emergência. "Agora, é um período crítico. Vários profissionais prestam exames para residência", acrescentou Maria Luisa.

Além do problema da escassez de médicos, Marilda abordou o grande número de atendimento de laudos periciais feitos no Quarteirão da Saúde, equipamento público municipal de especialidades médicas inaugurado em maio deste ano. "O INSS(Instituto Nacional do Seguro Social) passou a exigir os laudos da rede pública de Saúde. Mais da metade do nosso atendimento no Quarteirão tem sido isso", afirmou.

Na próxima semana, será agendada reunião entre Misso e representante do INSS para discussão dos papéis municipal e federal.

Alguns conselheiros apontaram problemas pontuais na área, como demora no atendimento para consulta com ortopedistas, o que foi desmentido pela secretária em exercício.

"Infelizmente, tive um compromisso em São Bernardo e não pude comparecer", justificou José Francisco Dourado (PSDB), surpreso ao ser informado que nenhum vereador participou do encontro na Câmara. O tucano se defende dizendo que foi a "primeira vez" que faltou a uma audiência pública.

O petista José Queiroz Neto, o Zé do Norte, não compareceu por "problemas de ordem pessoal". Porém, mandou um assessor para representá-lo, assim como os vereadores Laércio Pereira Soares (PCdoB) e Regina Gonçalves (PV).