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'Fim da hegemonia deve-se aos erros de gestão', diz analista
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
03/11/2008 | 07:33
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Erros distintos marcaram o fim da hegemonia das administrações de Santo André, São Bernardo e Mauá. Embora os governistas neguem as visíveis falhas internas, preferindo atrelar a derrota à falta de sorte, cientistas políticos analisam o cenário como previsível.

Na avaliação do especialista Marco Antônio Carvalho Teixeira, a vitória andreense de Aidan Ravin (PTB) contra Vanderlei Siraque (PT) não foi surpresa. Para ele, o grupo começou a perder força após a morte do prefeito Celso Daniel, em 2002, e a fragilidade aumentou com o racha da legenda na prévia para a escolha do candidato a prefeito. "A falta de empatia de Siraque dentro do partido foi predominante para a derrota. A sigla já saiu dividida na eleição e separou a administração. A população sentiu a crise e foi contaminada no segundo turno."

O panorama de São Bernardo, segundo o especialista, teve um ator político que contribuiu para a balança mudar de lado: o ex-prefeito Maurício Soares (PT). Em sua análise, se o grupo encabeçado pelo prefeito William Dib (PSB) tivesse mantido o ex-chefe do Executivo como candidato à sucessão, venceria a batalha contra o poder econômico do PT, que orçou a campanha em R$ 15 milhões. "O grupo negligenciou a força do Maurício."

A avaliação da atual gestão foi outro agravante, sustenta o cientista político. "Um governo mal avaliado pesa muito mais na hora da decisão, sobretudo na periferia", observa Teixeira, destacando que o perfil do candidato eleito Luiz Marinho (PT) foi essencial para a vitória. "Ele passa uma imagem de bom negociador por ter presidido o Sindicato dos Metalúrgicos e comandado dois ministérios. Também é homem de confiança do presidente Lula: peculiaridades favoráveis para minimizar o anti-petismo."

A conjuntura de Mauá é a mais simples de ser avaliada. "A presença do PT é muito recente, o partido perdeu a última eleição por uma decisão judicial (o registro de Márcio Chaves foi cassado). Além disso, Oswaldo Dias goza do prestígio de já ter sido prefeito (de 1997 a 2004). A popularidade conta em uma eleição", conclui Teixeira.




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