O governo do Equador aceitaria pagar uma indenização à Petrobras, caso a empresa decida devolver a concorrida concessão da exploração do petróleo no país antes do final do prazo estipulado.
Pelo acordo fechado na última sexta-feira(17), Quito também aceitou prorrogar por um ano as negociações sobre a mudança de contrato do Bloco 18, de onde a estatal brasileira extrai mais de 10 mil barris de petróleo por dia.
O governo quer que a companhia migre para um contrato de prestação de serviços, no qual a Petrobras perderia a propriedade sobre o petróleo e passaria a ser remunerada pela operação dos poços.
No último sábado, o presidente do Equador, Rafael Correa, comemorou o acordo, afirmando que a Petrobras havia aceitado migrar para o novo modelo de contrato, que a companhia já rejeitou publicamente em diversas ocasiões.
Atualmente, a Petrobras fica com 82% da produção local e paga impostos ao governo. Segundo a empresa, esse contrato continua em vigor pelos próximos 12 meses.
A carga tributária para esse período ficará entre os 50% cobrados atualmente e os 99% exigidos pelo Equador.
A Petrobras não informou o valor da indenização negociada com o governo local.
Desde que chegou ao país, em 1996, a companhia investiu cerca de US$ 450 milhões em três projetos principais: os Blocos 18 e 31 e o Oleoduto de Petróleos Pesados. O Bloco 31, onde a estatal brasileira ainda não havia iniciado a produção, já foi devolvido ao governo.
"O fechamento do acordo deve-se muito às condições econômicas. Se não houvesse crise, o Equador teria endurecido mais e dificultado tudo", avalia o analista político Thiago Aragão, especialista em América Latina da Arko Advice, lembrando que o preço do petróleo caiu mais de 50% desde o recorde de US$ 150 por barril atingido em julho.
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