Com deficit herdado de R$ 866 mil, o presidente da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), anunciou plano de corte de gastos. O petista já reduziu o valor pago com licenças-prêmio de servidores comissionados e a compra de dez dias de férias de funcionários, práticas adotadas até o ano passado.

A adição de quatro vereadores - e consequentemente de 28 assessores - causou aumento de 23% das despesas da Casa, segundo cálculos das secretarias de Administração e Finanças e de Assuntos Jurídicos do Legislativo.

O Orçamento da Câmara, no entanto, não acompanhou o acréscimo de gastos do Parlamento. Entre 2012 e 2013, a estimativa financeira cresceu 14%. Para este ano, a peça orçamentária está avaliada em R$ 28,5 milhões.

Os cortes de despesa, de acordo com Maninho, renderam economia de R$ 830 mil. O petista agora aguarda incremento nas receitas da Prefeitura, que é responsável por repassar 5% da receita corrente para o Legislativo. "Se houver a melhora (na arrecadação), não precisaremos de outras medidas emergenciais", alertou Maninho. "Mostra o risco que era colocar 23 vereadores (limite legal de aumento no número de parlamentares para a cidade)."

A situação financeira da Casa fez com que técnicos estudassem enxugamento mais profundo de gastos. Foram aventados rediscussões nos contratos, demissão de um assessor por gabinete e até encerramento de convênio da taquigrafia. A princípio, somente o último item segue em estudo - os demais foram descartados.

"Com as tecnologias que a Câmara dispõe, como gravação das sessões em áudio e vídeo, a taquigrafia fica obsoleta. Por enquanto há possibilidade de corte linear de 25% (no contrato)", admitiu Airton Germano (PT), secretário de Assuntos Jurídicos da Casa.

O impacto das medidas fiscais será avaliado até o fim de abril. Se houver recuperação financeira, a Câmara pretende investir em laudos do Corpo de Bombeiros e no habite-se do prédio do Legislativo.