Cultura & Lazer Titulo Políticas públicas
Rio Grande necessita
de espaços culturais

Secretária de Educação e Cultura diz que falta de estrutura
limita mais do que orçamento enxuto para as ações culturais

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
04/03/2013 | 07:01
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A pouca verba disponibilizada para as ações culturais em Rio Grande da Serra não é o grande problema do setor. Segundo a secretária de Educação e Cultura da cidade, Aida Jardim Teixeira, que está há oito anos no cargo, o principal obstáculo da Pasta é a não existência de espaços públicos para receber atrações e servir a população.

"Hoje, o orçamento não é uma questão que transformaria a nossa realidade. Claro que esse fator ajudaria nossa situação. Não podemos ter grandes eventos ou trazer grandes atrações pois não temos condições, é impossível. Temos atividades dentro de uma realidade diferenciada dos outros municípios. É uma questão estrutural, não de falta de recursos", explica Aida. "Não temos espaços para promover grandes atividades e, como o município está localizado 100% em uma área de manancial, não vejo possibilidade de se fazer uma edificação a curto prazo. Os projetos existentes nesse sentido são modestos ainda", lamenta.

Neste ano, o orçamento para a Pasta é de R$ 111.300. Apenas com os salários anuais dos dois funcionários que atendem a área, o Poder Público gasta R$ 31.300. Para se ter noção da disparidade em relação às cidades vizinhas, as secretarias de Cultura de São Caetano e Ribeirão Pires, por exemplo, têm disponíveis de cerca de R$ 13,3 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente.

"O departamento é pequeno, mas é muito bem estruturado. Sabemos como gastar a verba com qualidade. Tivemos no passado a preocupação de adquirir equipamentos que são importantes para as nossas atividades, como nosso aparelho de som. Se precisarmos fazer um evento em qualquer praça da cidade, temos condição de armar tudo", diz a secretária, ressaltando que os poucos artistas convidados que chegam para se apresentar também têm transporte arcado pelo Executivo.

ESPAÇOS ALTERNATIVOS
Para atender aos munícipes, a Prefeitura tenta aproveitar espaços como a Praça da Bíblia, no Centro, e as escolas. O fato de as Pastas atuarem juntas ajuda na hora de promover e divulgar eventos.

Um dos pontos alternativos é o Departamento de Cultura, localizado na Rua Pedro Bracialli. É lá a atual casa do programa mensal Tela Grande, no qual a Prefeitura aluga filmes em locadoras da própria cidade e exibe as produções a crianças e adolescentes. As próximas sessões estão agendadas para o dia 11. O projeto teve início em 2009 e era fruto de parceria entre o Poder Público e a MPLC (Motion Picture Licensing Corporation), órgão responsável por controlar os direitos de exibições cinematográficas em locais públicos, mas o acordo não teve continuidade. O departamento também abriga o Cine Debate, em que psicólogos se reúnem com jovens e adultos para discutir temas específicos por meio de determinadas obras da sétima arte.

TEATRO MANACÁ
Inaugurado em 2004, o Teatro Manacá está inutilizado. "Ele foi feito de forma que não atende às necessidades do município e da população. Havia, na verdade, uma sala que era voltada aos professores com um palco de cerca de 100 poltronas. A edificação está bastante comprometida e não havia como receber o público", revela Aida.

Questões orçamentárias e o fato de a cidade estar localizada em área de manancial complicam a viabilidade de se construir um novo teatro. Especula-se que o prédio será demolido até o fim do ano.




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