Economia Titulo Avaliação
Com crise, sobe PIB de emergentes
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
15/10/2008 | 07:51
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A crise financeira internacional deve trazer a constatação do que há alguns anos alguns especialistas já vêm prevendo: o crescimento dos países emergentes é de tal grandeza que o tamanho de suas economias deve ultrapassar o de muitas desenvolvidas.

O problema é que o Brasil pode acompanhar a trajetória dos desenvolvidos e também perder posições entre as maiores potências do mundo. A avaliação é do economista da Austin Rating Alex Agostini, que destacou o comportamento dos países que compõem o Bric (Brasil,
Rússia, Índia e China), em especial o da China e da Rússia. "Fica muito evidente que a crise é dos países desenvolvidos", disse, com base nas projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional), atualizadas este mês.

Além de países mais avançados perderem posição para os emergentes - Agostini citou, em especial, Canadá e Espanha -, o Brasil também deve perder espaço nessa corrida para configurar-se entre os dez mais. "O Brasil perde terreno para outros emergentes. Já deve perder para a Rússia este ano e é possível que perca posição também para a Índia", projetou o economista da Austin Rating.

DEFESA
No entanto, Francisco Funcia, coordenador do curso de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), defende que para o próximo ano também está prevista uma desaceleração generalizada. "O cenário de 2009 já previa um crescimento menos vigoroso, pois estamos vindo de uma política monetária de retração e alta de juros", afirma.

Ele garante que a dificuldade de crédito gerada pela crise financeira afetará a economia brasileira da mesma forma que afetará as outras. "India e China também vão crescer menos. Vamos continuar crescendo, mas de uma forma mais sustentável."

Apesar o caos, Funcia aponta que "o pior já passou" e que a crise é muito mais de confiança que de qualquer outro tipo. "A crise foi solucionada com as medidas de intervenção dos bancos europeus", afirma. "Agora nos resta ver se temos mais empresas que trabalham com alavancagem e especulação. Outros casos como o da Sadia e o da Aracruz podem acontecer", diz.




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