Economia Titulo Crise
Fluxo de capital para emergentes cairá
13/10/2008 | 07:14
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O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla, em inglês), que reúne os principais bancos mundiais, reduziu para US$ 619 bilhões a projeção dos fluxos líquidos de capital privado para os mercados emergentes em 2008, em comparação aos US$ 731 bilhões que haviam sido estimados em março deste ano.

Em relação a 2007, quando este fluxo foi de US$ 898 bilhões, a projeção do IIF para 2008 representa um "declínio significativo", ou seja, uma queda de US$ 279 bilhões, reconhece o chamado clube dos bancos.

Diante do cenário mundial, o IIF "aceita a responsabilidade para adotar quaisquer ações necessárias para contribuir com a estabilidade", disse o presidente do instituto e do banco alemão Deutsche Bank, Josef Ackermann.

"Líderes da nossa indústria aceitam a responsabilidade para tomar ações para manter a estabilidade agora e no futuro. Riscos sistêmicos precisam de resposta sistêmica, abordagem coordenada e consistente", acrescentou, durante entrevista ontem em Washington.

Os dados do IIF revelam que 2007 foi o ano que marcou o nível mais elevado dos fluxos líquidos privados para os países emergentes no ciclo atual, informou o grupo, que funciona como uma "Febraban mundial".

Para 2009, o IIF prevê que os fluxos líquidos devem ficar em US$ 562 bilhões, cerca de US$ 60 bilhões abaixo da estimativa para 2008, e representa um retorno em direção ao nível registrado em 2006 (de US$ 565 bilhões). O principal canal do enfraquecimento corrente é o forte declínio nos empréstimos líquidos interbancários, disse o IFF.

O instituto pondera, no entanto, que há "relativa estabilidade" dos IEDs (investimentos estrangeiros diretos). Em tempos de estresse, os IEDs são ainda mais relevantes para os emergentes. Para uma amostra de 30 países, o IIF estima que os investimentos estrangeiros diretos líquidos devem estar em torno de US$ 288 bilhões em 2008, pouco abaixo dos US$ 302 bilhões em 2007.

Para 2009, a projeção é de US$ 282 bilhões. "Diversos emergentes implementaram reformas-chave e políticas macroeconômicas prudentes que os deixaram muito mais resilentes e acreditamos que diversos deles estão posicionados para suportar as tempestades", disse William Rhodes, primeiro-vice-presidente do IIF e executivo-chefe do Citigroup.

CRESCIMENTO
O IIF constata que há elevada correlação entre crescimento econômico mundial e fluxos líquidos privados para os países emergentes. Para 2008, o instituto prevê que a economia mundial deve crescer 2,3%, e deve desacelerar para 1,6% em 2009, a pior performance desde 2001.

As economias maduras devem avançar 1,1% neste ano e 0,5% em 2009, com os EUA "parecendo ter entrado em recessão nas semanas recentes", fase que deve durar até os primeiros meses de 2009.

Para os emergentes, o IIF estima crescimento de 6,4% em 2008 e 5,5% em 2009. Para o Brasil, o IIF prevê crescimento de 5,3% neste ano e 3% em 2009.

Crise exige ação coordenada, diz Banco Mundial

A crise financeira que causa devastações no mundo impulsiona a necessidade de se partir para uma ação coordenada, voltada para construir um sistema melhor para o futuro, afirmou ontem o presidente do Bird (Banco Mundial), Robert Zoellick.

"Necessitamos modernizar o multilateralismo para chegar a uma nova economia global", considerou Zoellick durante entrevista à imprensa, ao término de três dias de debate nas assembléias de outono do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Bird.

Zoellick também destacou a necessidade de se manter os fluxos de ajuda aos países pobres neste momento de crise, para suavizar um aprofundamento dos níveis de indigência, num mundo também marcado pela disparada dos preços dos alimentos. (Da AFP)

 




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