Cultura & Lazer Titulo Juca Ferreira
Ministro quer mudar gestão da Funarte
10/10/2008 | 07:15
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O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse na última quarta-feira que deverá mudar a forma de gestão da Funarte (Fundação Nacional de Arte). "Não vai ser mais presidencialista, mas um colegiado", afirmou Ferreira. Esse colegiado seria formado pelos diversos departamentos da Funarte (dança, teatro, música, circo).

Haverá uma direção-executiva, mas as decisões serão tomadas pelo colegiado. Inicialmente, Ferreira formará um grupo de transição, encarregando um dos seus assessores para presidente interino nos próximos 20 dias. "Será alguém de perfil administrativo, experiente", afirmou. Com a informação, o ministro buscou dar um ponto final na bolsa de apostas que já se formava com os prováveis escolhidos para a direção do órgão - circulavam nomes como Orlando Senna (ex-secretário do Audiovisual e TV Brasil) e Sérgio Sá Leitão (ex-BNDES).

O ministro ainda contestou termo usado na reportagem do Estado que dizia que a saída de Celso Frateschi da presidência da Funarte, esta semana, abriu a primeira crise de sua gestão no MinC. "Na verdade, foi o fim de uma crise que começou lá atrás. Era uma situação incontornável, ele não conseguiu se relacionar positivamente com os funcionários e ficou encurralado."

Frateschi acusou Ferreira de não tê-lo apoiado, o que caracterizou quebra da relação de confiança. "Eu, Ancelmo Góis, o jornal O Globo, os servidores da fundação: tudo inimigo dele. Ele contra o mundo. Tinham me dito que o Frateschi era meio paranóico, mas eu não tinha noção", reagiu o ministro.

Ferreira também rebateu a acusação de que a demissão seria fruto de uma rivalidade política que ele teria tanto com Celso Frateschi quanto com Antonio Grassi, ex-presidente da instituição (e ex-secretário de Cultura do Rio de Janeiro).

"O conflito do Grassi era com o Gil, porque ele queria o lugar do Gil. Quanto ao Frateschi, não havia conflito comigo. Sou o ministro, se quisesse demiti-lo eu o teria demitido. Mas ele se adiantou e pediu para sair, tentando criar uma pecha de vítima. Nós nos vimos livres de um problema, essa é a verdade."

Celso Frateschi indagou, em sua carta de demissão, se os mecanismos que ele criou para garantir transparência em editais não teriam incomodado os servidores que se articularam por sua demissão.
"O que podemos afirmar é que tais instrumentos são mais transparentes, com ‘regras de barreiras' e clara definição de critérios de seleção, contratação e acompanhamento. Será que estas características incomodam?", sugeriu.

Paula Nogueira, presidente da Associação de Servidores da Funarte (Asserte), procurou a reportagem para contestar acusações feitas por Frateschi. Ela acusou o ex-presidente da Funarte - e seu principal auxiliar, Pedro José Braz - de procedimentos heterodoxos no cargo. Por exemplo: segundo Paula, não foi a greve de servidores que paralisou a aprovação de projetos da Lei Rouanet nas áreas de artes cênicas, artes plásticas e música (incumbência da fundação).

A carta diz o seguinte: "Tal atraso, contrariamente ao que se poderia pensar, não foi causado por ineficiência do sistema de tramitação ou por falta de disponibilização de meios para atender a demanda, por parte do Ministério da Cultura. Ela foi estranha e deliberadamente causada - e não se sabe por qual obscura motivação - pela presidência da Funarte e sua Diretora Executiva. A presidência da Funarte paralisou voluntariamente, e por cerca de 7 meses, o funcionamento do Pronac/Funarte, responsável pela análise de pelo menos 80% do volume de projetos encaminhados ao MinC para enquadramento na Lei Rouanet."




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