Ronald Oliveira Rueda Correia, 6 anos, de Santo André, tem orgulho de Pepe, dogue alemão de um ano e três meses. O bicho é doador de sangue! "Fico feliz em saber que ele ajuda animais doentes." Quando o hospital veterinário precisa, liga para a mãe do menino. "O Pepe se comporta direitinho, e minha mãe tem de ficar do lado dele", afirma Ronald, que achava que só os humanos podiam doar sangue.

Assim como as pessoas, os animais também precisam de transfusão de sangue em casos de doenças e acidentes graves. Mas nem todos sabem disso, fazendo com que o número de doadores seja bem pequeno. Outra dificuldade é encontrar cães e gatos com os requisitos necessários para a tarefa.

O cachorro precisa ter a partir de um ano, pesar mais de 25 kg, estar saudável, vacinado e vermifugado, ser dócil e não ter feito cirurgia recentemente. Já o felino deve ter mais de 4,5 kg e também estar com a saúde e vacinas em dia. Na hora de doar, recebe sedação, pois é mais estressado. Os dois animais ainda realizam exames para confirmar se estão aptos.

O sangue é retirado da artéria que fica no pescoço. O procedimento leva de dez a 20 minutos. Retira-se 450 ml de sangue do cão (que tem 13 tipos sanguíneos) e de 70 ml a 100 ml do gato (com três tipos).