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Por que a cédula se chama papel-moeda?
Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
03/03/2013 | 07:00
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Denis Maciel

Moeda não é só o dinheiro de metal redondinho. É todo o meio pelo qual se compra objetos, alimentos, serviços, entre outras coisas. Por isso, as cédulas são chamadas de papel-moeda. Mas nem sempre existiram.

No passado, antes de o dinheiro ser criado, praticava-se o escambo, troca de um produto (como carne, sal, tecido e pólvora) por outro. Receberam o nome de moedas-mercadorias.

O primeiro escambo conhecido entre portugueses e índios no Brasil foi registrado por Pero Vaz de Caminha. Em carta ao rei D. Manuel, conta que deram aos nativos um barrete (tipo de chapéu) e uma carapuça (gorro) em troca de um colar e um cocar. Com o tempo, madeira, açúcar, algodão e outros produtos viraram moedas.

Com o crescimento do comércio, foi preciso inventar o dinheiro para facilitar as negociações. No início, eram apenas moedas de ouro, prata e cobre. As primeiras usadas no Brasil vinham de Portugal. Após a criação da Casa da Moeda, em 1694, passaram a ser fabricadas aqui.

Depois que a Corte Portuguesa chegou ao País, em 1808, os gastos cresceram. Na época, não havia metais preciosos suficientes para aumentar a produção, e o povo estava cansado de carregar moedas pesadas nos bolsos. Então, surgiram as primeiras cédulas de papel em 1810. Eram recibos que o banco dava a quem fazia depósitos. Depois, passaram a ser fabricadas como as notas semelhantes a que conhecemos.

Como o dinheiro é feito?

O dinheiro brasileiro é fabricado pela Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. O trabalho, cheio de detalhes, é feito com muito cuidado para impedir falsificações. Por isso, cada nota leva cerca de 12 dias para ficar pronta.

O papel é especial, feito de fibras de algodão. Tem textura mais firme e áspera do que o comum. Passa por três impressoras. Na primeira, ganha o número da cédula. Depois, tem de esperar 72 horas para continuar a produção.

Na segunda fase, recebe alto relevo; na terceira, é impressa a imagem de quem ou o que irá representar a República. Essa prática é comum para valorizar personalidades e riquezas do País. Nas cédulas brasileiras há animais que simbolizam a rica fauna que existe aqui.

Então, o papel-moeda é levado para grupo de funcionários que verifica a qualidade da impressão e se tem imperfeições. Depois, recebe numeração e é entregue ao Banco Central, que o disponibiliza para ser usado em todo o País.

Com as moedas é diferente. Discos de metal são colocados numa esteira e passam por dois cunhos (peças de ferro), que os esmagam para marcar o desenho nas duas faces (cara e coroa). O processo é parecido com o da época colonial, só ganhou mais qualidade e velocidade com os avanços tecnológicos.

Saiba Mais

Durante o período colonial (de 1530 a 1822), a moeda brasileira era o Real, popularmente conhecido como Réis. Depois, passou a ser chamado de Mil Réis. Em 1942, virou Cruzeiro. Nas décadas seguintes, mudou de nome várias vezes; foi Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real. Finalmente, em 1994, tornou-se Real. A troca era necessária para aumentar a valorização da moeda.

As primeiras moedas cunhadas (fabricadas) no Brasil foram feitas no século 17 pelos mercadores holandeses que ocuparam o Nordeste. Eram quadradas, pequenas,

de ouro ou prata.

Luiza Fantini Blasques, 8 anos, de São Caetano, gosta mais das moedas de metal do que das cédulas de papel. "É mais legal porque dá para colocar no cofrinho." Com o dinheiro que juntar, a menina planeja comprar uma boneca e figurinhas para o álbum da novela Carrossel.

Consultoria da Casa da Moeda e de Sandro Maskio, professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo.




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