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Mercado eleva projeção do IPCA apesar de Selic maior
23/04/2008 | 07:14
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Apesar de o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) ter elevado a taxa Selic na semana passada, as projeções do mercado para a inflação continuam subindo.

 No relatório semanal Focus divulgado ontem, a expectativa dos analistas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2008 aumentou de 4,66% para 4,71%. Essa foi a quarta alta seguida da projeção, o que afasta ainda mais o número do centro da meta de inflação para o ano, de 4,5%.

 Não foi apenas o IPCA que subiu. O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que é usado para reajustar os aluguéis, por exemplo, teve a sexta elevação seguida, de 6,02% para 6,21%.

 “Pelo visto, o mercado preferiu esperar a divulgação da ata para avaliar o alcance do aperto monetário iniciado na semana passada”, diz o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

 Para ele, só será possível verificar o impacto mais pronunciado da alta da taxa básica de juros nas projeções a partir do próximo Focus, após a divulgação da ata da reunião do Copom. O documento será divulgado amanhã.

O economista observa ainda que o efeito do aumento do juro na inflação e na atividade econômica será observado principalmente no segundo semestre de 2008, com efeito marginal em 2009.

Em meio a esse clima de expectativa pela ata, a projeção para o juro não foi alterada, e o mercado continua apostando em taxa Selic em 12,75% ao ano no final de 2008. Esse cenário aponta para o aumento de mais um ponto porcentual da taxa até dezembro

Apesar dessa cautela, a projeção para o crescimento da economia em 2008 foi reduzida. Para os especialistas consultados, o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 4,6% no ano, contra expectativa anterior de 4,7%.

O relatório trouxe também nova deterioração nas projeções para as contas externas. A expectativa de déficit em conta corrente aumentou de US$ 16 bilhões para US$ 16,5 bilhões, na 21ª piora seguida. Uma das explicações é o enfraquecimento da balança comercial. Para os analistas, o ano deve terminar com saldo de US$ 25 bilhões, contra aposta anterior de US$ 25,3 bilhões.



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