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Custo da construção sobe 0,75% no mês
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/04/2008 | 07:11
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Como reflexo do aquecimento no mercado imobiliário, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) apresentou crescimento no segundo decêndio deste mês – últimos dez dias – em relação ao mesmo período do mês passado.

O resultado, anunciado ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), mostrou que o índice teve avanço de 0,75% na prévia, ante aumento de 0,52% quando comparado ao mesmo período de março. A parte do índice relativo a materiais e serviços recuou de 0,97%, na apuração de março, para 0,87%, em abril.

Já o índice que capta o custo da mão-de-obra registrou variação de 0,62 %, em abril, ante 0,01%, em março. A falta de trabalhadores qualificados acaba sendo um dos principais responsáveis pela elevação do índice, segundo a diretora da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Rosana Carnevalli.

E os aumentos não devem parar. Ela explica que foi acordado um aumento salarial de 8,51% na Capital, para os trabalhadores da categoria, cujo dissídio acontece no próximo mês no Estado. Isso representa um ganho um salário de R$ 712,80, mensal, para trabalhadores não qualificados e de R$ 851,40 para os que possuem qualificação.

“O Grande ABC deve acompanhar os mesmos índices da Capital. Isso, com toda certeza, vai acarretar no aumento do custo da construção por metro quadrado, em torno de 4% no Estado. Logo, se reflete no INCC”, alerta a diretora da regional do SindusCon-SP.

INSUMOS

“No caso dos materiais de construção, alguns produtos tiveram queda nos preços no segundo decêndio deste mês pela própria concorrência de mercado, havendo assim uma deflação”, explica.

Mesmo assim, no acumulado dos últimos 12 meses os materiais e serviços apresentaram alta de 7,67%. E a projeção é de que o índice suba, assim como o da mão-de-obra. De acordo com Rosana, um dos produtos que deve sofrer aumento é o aço, com alta prevista de cerca de 15%.

Isso porque é no segundo semestre que a maior parte dos imóveis que foram lançados em 2007 começam a ser construídos, o que deve aumentar ainda mais os preços.

“A alta do aço também irá afetar muitas indústrias, que utilizam o metal. Isso é o reflexo da lei da oferta e da procura: quanto mais um artigo é consumido, mais ele encarece”, sublinha.

 

PROJEÇÃO

Contudo, a diretora da regional do SindusCon-SP, Rosana Carnevalli, avalia que mesmo com os rejustes salariais dos trabalhadores do setor e também dos preços de materiais de contrução o índice de inflação deve se normalizar ao longo do ano. “Isso é comum no início do ano. O normal é que o custo da construção se equilibre.”



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