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Em São Paulo, 150 municípios adotam apostilas em escolas
13/04/2008 | 10:24
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Pelo menos 150 municípios de São Paulo contratam sistemas apostilados privados para as escolas públicas de suas redes, o que representa 23% das 645 cidades paulistas. Há ainda outros 150 municípios no País com esse tipo de contrato, totalizando 300. O levantamento foi feito com informações fornecidas por sete das maiores empresas que atuam na área, entre elas Objetivo, COC e Positivo.

No Brasil, são 690 mil alunos da educação infantil e fundamental de escolas públicas usando materiais de grupos particulares. A entrada dos chamados sistemas de ensino no setor público é recente. Eles têm crescido nos últimos anos, chegando a triplicar o total de cidades atendidas. Fica claro o predomínio da modalidade em São Paulo, apesar de nem todos os grupos serem do Estado.

As cidades gastam juntas, no mínimo, R$ 100 milhões por ano para receberem material didático e uma assessoria, que inclui capacitação de professores, portais interativos, avaliações e ajuda na gestão escolar. Esse pacote – que vai além da apostila dividida por bimestres e atividades programadas – é o diferencial apontado por quem defende os sistemas de ensino. Ele se contrapõe ao livro didático, muitas vezes considerado abrangente demais e complexo.

A opção das prefeituras é polêmica. As mesmo tempo em que recebem questionamentos de educadores por adotar um sistema que levaria à padronização do ensino, as redes públicas apostiladas têm obtido resultados positivos em avaliações do MEC (Ministério da Educação). Das dez cidades de São Paulo com o melhor Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), sete usam materiais apostilados.

O Ideb é hoje o indicador oficial mais importante da educação brasileira e leva em conta rendimento dos alunos em exames nacionais, taxa de repetência e evasão escolar. Das dez piores no ranking do Estado, nenhuma tem contrato com sistemas de ensino privados. “Temos renovado os contratos porque os professores pedem. Eles acham que melhorou o trabalho em sala de aula e não querem mais usar o livro didático”, diz o prefeito de Dois Córregos, na região de Bauru, Luiz Antonio Nais. A cidade é a quarta colocada no ranking paulista das melhores redes.




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