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Herança dos tempos
do Ouro Negro

Região do Sul fluminense combina tranquilidade, tradição musical, gastronomia e histórias da fase áurea do café

Ângela Corrêa
Enviada ao Vale do Café
28/02/2013 | 07:06
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Eternizada como Vale do Café em nome do tempo em que o Brasil liderava a produção mundial do precioso grão que alavancou o desenvolvimento do País, a charmosa região do Sul fluminense combina tranquilidade, tradição gastronômica, História e histórias. Com boa infraestrutura para o visitante que não tem pressa e aprecia comida farta acompanhada de uma boa prosa, o local, a cerca de 100 quilômetros (ou uma hora e meia) do Rio de Janeiro, desponta como destino turístico de primeira grandeza, à altura dos tempos da fase áurea do grão.

Se os cafezais hoje têm função quase decorativa na paisagem, a herança dos que lidaram com o ‘ouro negro' ainda é palpável nas centenárias fazendas. Cada um a seu modo, os casarões imponentes inspiram passeio pela memória da região - e também para uma boquinha. A maioria serve lanches caprichados. É bom aproveitar para provar os doces feitos no tacho, à moda antiga, mas é preciso agendar a visita com antecedência (confira os telefones no quadro abaixo).

Acessadas em sua maioria por estradas de terra, as fazendas diferem entre si em estado de conservação ou pelos objetos que mantêm sob seus tetos. Mas são igualmente preciosas para quem gosta de ouvir histórias. De escravos a barões, todos são personagens.

A São João da Barra, na cidade de Miguel Pereira, foi uma "teimosia" do empresário pecuarista Rogério Von Rybroek. Na época da compra, a fazenda estava totalmente abandonada e demandou trabalho de restauração que durou 18 anos. Valeu a espera: ficou impecável. Não à toa, foi cenário da novela Paraíso, da Rede Globo, e serve também de palco para o Festival do Vale do Café, realizado no inverno.

Hoje,Von Rybroek mantém na São João da Barra um rico acervo de documentos e objetos que contam um pouco da história do Brasil. De certidões de nascimento e óbito de escravos a instrumentos de tortura.

Outra propriedade que serviu de cenário para Paraíso, a Fazenda Santa Cecília, em Miguel Pereira, remonta ao período anterior ao Ciclo do Café. Mas é um ‘detalhe' de 1989 que modifica radicalmente a paisagem. O arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) projetou uma capela de presente para celebrar os 15 anos de Maria Cecília, filha do proprietário José Aparecido de Oliveira, ministro de Cultura do governo José Sarney.

Arredondada, a capela tem em seu interior um mural azulejado no qual Niemeyer desenhou, com caneta Pilot, a trágica história da santa que também batiza a propriedade.

 

VASSOURAS

A Fazenda Cachoeira do Mato Dentro, já em Vassouras, é bem menos conservada e guarda uma surpreendente decoração kitsch - com muitas flores de papel e contas penduradas nos lustres dos inúmeros cômodos. De propriedade da família Rangel desde 1894, o casarão guarda memórias de uma baronesa que supostamente proibia que os escravos fossem castigados. Este e outros causos são contados pelo espirituoso Luiz Felipe Rangel, que divide a administração com a mulher, a historiadora Lilia Gilson Rangel.

 

A Fazenda Manga Larga, em Paty do Alferes, é a que mais tem cara de hotel. Sua infraestrutura de lazer para crianças e adolescentes é propícia a famílias. Noites temáticas também ‘prendem' o visitante na propriedade.

Para quem quiser ‘resumir' o histórico da região, é obrigatório passar pela Casa da Hera, em Vassouras. A propriedade onde hoje funciona o museu pertencia a um negociante de café e concentra detalhes arquitetônicos e de paisagismo que falam muito sobre o Vale do Café.

 

* A jornalista viajou a convite da Pousada Yledaré.

 

PACOTES

A jornalista Belisa Ribeiro, proprietária da pousada Yledaré, em Miguel Pereira, inaugura em março um programa que circula por grande parte das atrações do Vale do Café.

O primeiro será realizado entre os dias 11 e 17. Há também opção para o feriado de Páscoa.

Os preços vão de R$ 1.860 (por pessoa em suíte dupla ou casal) a R$ 2.080 (por pessoa em suíte single) e incluem traslado ida e volta do aeroporto Tom Jobim até a Pousada Yledaré em micro ônibus com ar condicionado; transporte em micro-ônibus com ar-condicionado todos os dias para todos os passeios; entrada para todos os museus/fazendas; uma massagem e uma hidromassagem com cromoterapia com hora marcada; café da manhã, almoço e jantar todos os dias; hospedagem em suítes com varanda, cama box, frigobar, interfone, TV a cabo e Wi-fi gratuito na área de convivência comum do hotel. Reservas: (0xx24) 2484-0208 e (0xx24) 2483-8173  contato@yledare.com.br

 

 




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