O governo tibetano no exílio afirmou que 19 manifestantes tibetanos foram mortos a tiros nesta terça-feira na província chinesa de Gansu e afirmou que o balanço de mortes "confirmadas" em uma semana de revoltas chega a 99.

"Isto aconteceu fora de Lhasa. Dezenove pessoas morreram em Machu, na província de Gansu. Houve uma manifestação em Machu esta manhã e a polícia disparou contra eles", afirmou Thubten Samphel, porta-voz do governo tibetano no exílio na Índia.

"No total, confirmamos a morte de 80 pessoas em Lhasa nos últimos dias e de 19 pessoas hoje", acrescentou.

Sentença- Nesta terça-feira, também ocorreu em Pequim o julgamento contra o dissidente Hu Jia, uma das vozes mais críticas em relação ao regime chinês, e o tribunal deve anunciar até o fim da semana o veredicto, informou um de seus advogados.

"O processo acabou, mas não houve veredicto", declarou Li Fanping. A audiência, no primeiro tribunal intermediário de Pequim, durou algumas horas. Hu Jia, 34 anos, é acusado de "estimular a subversão" e pode ser condenado a vários anos de prisão.

O militante, detido em dezembro, denunciou em várias oportunidades o descumprimento por parte de Pequim dos compromissos a favor dos direitos humanos, assumidos para a cidade obter a organização dos Jogos Olímpicos de 2008.

Segundo os defensores de Hu Jia, a acusação tem como base artigos divulgados pelo dissidente no site chinês Boxun, editado fora do país, e entrevistas publicadas pela imprensa estrangeira.

Os Estados Unidos, o Parlamento Europeu e a Comissão Européia intercederam ante as autoridades chinesas a favor de Hu Jia, sem resultados até o momento.