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Sobe número de mulheres com trabalho
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
08/03/2008 | 07:27
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A presença da mulher no mercado de trabalho não é uma novidade, mas continua em ascensão no Grande ABC. Em 1998, apenas 39,9% das moradoras da região tinham uma atividade econômica ativa. Em 2007, esse índice chegou a 52,2%.

É o que afirma uma pesquisa realizada pelo Inpes (Instituto de Pesquisas do IMES). O estudo aponta que a idade média da mulher economicamente ativa nas sete cidades também aumentou, passando de 35 para 41 anos.

Segundo a coordenadora geral do estudo, Maria do Carmo Romeiro, esse é reflexo não só da expectativa de vida do brasileiro, mas, também, refere-se ao fato de que a mudança cultural em termos do papel da mulher na família.

Hoje, apenas 11,6% das mulheres que não trabalham justificam o fato de não trabalharem em função da presença de filhos pequenos ou da não permissão do marido, contra 25,0% em 1998.

Homens e mulheres, com idade a partir de 18 anos, têm participações muito próximas na PEA (População Economicamente Ativa) residente na região, ou seja, 46,8% de população feminina e 53,2% de população masculina.

“A mulher passa a participar do mercado como sendo uma provedora dentro da própria casa. Para isso passou a estudar mais e então ganhar mais espaço e condições no mercado”, explica Maria do Carmo.

A ocupação das mulheres é exercida predominantemente no setor terciário, que envolve educação, saúde e setor bancário, por exemplo.

As atividades no setor de serviço e no comércio ocupam 83,4% das mulheres que estavam exercendo algum trabalho em 2007. Nove anos antes, esse percentual era de 80%.

O levantamento também mostrou que o fortalecimento da presença da mulher no mercado de trabalho também levou ao aumento de seu rendimento. Enquanto em 1998 o rendimento médio era equivalente a R$ 973, no ano passado foi de R$ 1.199.

O aumento da escolaridade é um dos possíveis fatores que contribuíram para a melhora da remuneração. Em 1998, as mulheres apresentaram 7,7 anos de estudo, em média. Em 2007, essa estatística subiu para 10 anos.

Outro ponto avaliado pela pesquisa do Inpes foi a taxa de desemprego entre as mulheres da região, acima da taxa de desemprego entre os homens. Em 2007, essa relação era de 10,1% da população feminina economicamente ativa e de 5,9% da população masculina economicamente ativa. Em 1998, a situação não era muito diferente: taxa de desemprego de 9,2% entre as mulheres e 6,6% entre os homens.

A pesquisa do Seade/Dieese (Sistema Estadual de Análise de Dados em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de 2007 também apontou essa diferença. O mercado na Região Metropolitana de São Paulo foi muito mais favorável para os homens do que para as mulheres, cuja taxa de desemprego é de 17,8%, contra a dos homens, de 12,3%.

Mesmo com o desenvolvimento da mulher no mercado de trabalho, ainda há um forte desequilíbrio em relação aos homens. De acordo com o vice-presidente do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, uma pesquisa feita pela entidade no final de 2007 apontou que dentro das 500 maiores empresas brasileiras, apenas 35% dos cargos são ocupados por mulheres.

“Mesmo com esse quadro, a posição das mulheres vem melhorando. As empresas aumentaram o nível de ações que para incorporá-las. Exemplo disso, é de 16% das empresas, em 2007, reduziram as desigualdades salariais”, disse.



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