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Líder de Damo rompe com Chiquinho
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
29/02/2008 | 08:42
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Às vésperas da definição do candidato governista à Prefeitura de Mauá, na eleição de outubro, o bloco de situação na Câmara começa a desmoronar.

Ontem, o líder do governo no Legislativo, Luiz Alfredo dos Santos Simão (PSB), anunciou o rompimento com o superintendente do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB). “Não faço mais parte do grupo dele. Aliás, o grupo do Chiquinho acabou”, afirmou.

Além de Simão, também se afastaram do principal articulador político do prefeito os vereadores Ozelito José Benedito (PSB) e Eugênio Rufino (PTB) e o ex-parlamentar Osvanir Carlos Stella, o Ivan (PSB).

O motivo alegado por Simão é a “falta de atenção” de Chiquinho aos vereadores.

Ex-adversários políticos, Chiquinho ingressou no governo de Damo em setembro de 2006 com plenos poderes. Foi quando o socialista passou a controlar efetivamente pelo menos cinco secretarias, indicando pessoas ligadas a seu grupo político, além da liderança do governo na Câmara.

Simão sempre foi considerado, nos bastidores políticos, um aliado fiel ao homem-forte de Damo. Publicamente, ele sempre disse que sua relação era com Chiquinho e não com o prefeito. Agora, o discurso é outro. “Não tenho nem mais amizade com ele. Nossa relação agora é apenas profissional.”

Apesar do clima, ele não vê problema em continuar na liderança. Sobre o apoio de Chiquinho na eleição a vereador deste ano, o socialista afirmou: “Nunca precisei dele para me eleger”.

Ivan seguiu a mesma linha. “Rompemos. Faltou ele conversar um pouco mais com o grupo. Ele se isolou e esqueceu dos amigos. Estamos fora por questão de ingratidão. Sempre dissemos amém, mas agora vai ser mais difícil.”

Rufino também disse estar chateado com Chiquinho. “A gente faz parte de um grupo político formado lá atrás. Merecemos uma atenção maior”, afirmou.

Chiquinho e Damo travam uma batalha interna para decidir quem disputará a eleição em outubro. A indefinição de quem será o nome é outro fator que influenciou no desentendimento entre os políticos de Mauá.

Além da turbulência em torno do nome governista à sucessão, os vereadores também têm pela frente a votação das contas de 2004 do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), no próximo mês. Simão diz que manterá o acordo pela rejeição, mas deu um recado: “Vamos seguir a determinação do prefeito e não do Chiqiuinho”.

Com o rompimento, o líder da administração Damo afirmou que mudou de preferência sobre o candidato a prefeito. “Antes era o Chiquinho. Agora é a (deputada estadual) Vanessa Damo (PV).” Mesmo assim, Simão disse que respeitaria uma decisão do partido. “Se ele for o escolhido, vou pedir voto para o PSB e não para ele especificamente.”

Surpresa com a declaração de Simão, Vanessa disse que acredita no entendimento entre os socialistas. “Agradeço a lembrança, mas nosso candidato é o Leonel Damo. Sei que Chiquinho e Simão vão conversar e se entender.”

O presidente da Câmara, Alberto Betão Pereira Justino (PSB), saiu em defesa de Chiquinho. “Vou fazer de tudo para que eles voltem a conversar. Eles têm de entender que nosso projeto é coletivo. Acredito muito no Chiquinho.”

Ozelito não foi localizado ontem. Procurado, Chiquinho não quis rebater as críticas dos vereadores de Mauá.



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