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Autopeças em guerra com montadoras
Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
20/02/2008 | 07:27
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A Anfape (Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças) acusa montadoras como Volkswagen, Ford e Fiat de realizarem buscas e apreensões de moldes e peças com o intuito de monopolizar o mercado independente de autopeças.

 

A entidade, inclusive, realizou uma pesquisa para mostrar que sem o mercado ‘alternativo’ o consumidor será o maior prejudicado, pois terá de pagar mais caro – até 1000% de diferença – por peças originais (ver tabela nesta página).
 
“As montadoras estão atacando o mercado independente. Queremos mostrar que, se fecharmos, quem sofrerá é o consumidor”, disse o diretor executivo da Anfape, Roberto Monteiro.
 
A questão gira em torno de direitos de propriedade. As montadoras registram no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), o desenho das peças e acessórios que desenvolvem e, por esta razão, não querem que outras empresas as reproduzam sem autorização.
 
Monteiro reconhece o direito das fabricantes de veículos de se defenderem da concorrência de outras montadoras, mas não vê razão para impedir a produção e venda de peças no mercado paralelo.
 
“É a mesma coisa de você comprar uma calça e, precisando trocar o zíper, só poder colocar um da marca original. Ou, quando a sola do sapato gastar ter de trocar por outra do mesmo fabricante do sapato”, comparou.
 
Com a ação das montadoras, segundo Monteiro, muitas empresas pararam de fabricar determinados produtos. Até porque as multas são altas, em torno de R$ 10 mil por dia.
 
Por conta disso, Anfape e montadoras travam uma luta no SBDC (Sistema Brasileiro de Defesa Econômica), que deve levar algum tempo para ser resolvida.
 
A Volkswagen, por meio de nota, disse que “sobre a averiguação preliminar instaurada pela Secretaria de Direito Econômico, do ministério da Justiça, a partir de representação formulada pela Anfape, a Volkswagen do Brasil informa que age em conformidade com a legislação relativa à propriedade industrial”.
 
E também “esclarece que a associação defende uma interpretação equivocada da lei com o objetivo de possibilitar a seus associados a comercialização de peças de reposição copiadas das originais. A Volkswagen reforça que em muitos casos essas peças podem representar problemas de qualidade e segurança ao consumidor final”.

 

A Ford também foi procurada durante a tarde de terça-feira, mas não havia, naquele momento, um executivo autorizado a comentar o assunto.




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