Milhares de crianças afegãs carecem de alimentos adequados, água potável e outros artigos essenciais e não podem receber ajuda por causa do conflito bélico, advertiu nesta terça-feira o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que enfatizou uma ajuda de emergência de US$ 13 milhões.
Em seu Relatório sobre a Ação Humanitária 2008, o Unicef menciona a necessidade de medicamentos, de sistemas de fornecimento de água potável, instalações educativas e áreas de lazer para as crianças, em muitos casos para famílias que foram obrigadas a fugir para a guerra.
"O Afeganistão enfrenta uma série de desastres tanto naturais como ocasionados pelo ser humano. O conflito armado, os incêndios de escolas, os atentados, seqüestros e assassinatos de funcionários de organizações humanitárias, limitam o acesso à população civil e obstruem a entrega de assistência humanitária", acrescentou.
O informe registra o regresso de cerca de 353 mil pessoas do Paquistão e Irã no ano passado que já estavam afetadas pelos desastres naturais. Setecentas e sessenta pessoas morreram de frio no inverno e muitas zonas do Afeganistão sofrem com a seca.
A intensificação do conflito no sul e no leste também aumenta o número de vítimas civis e da imigração. Mais de duas mil famílias foram deslocadas no sul ano passado.
O povo afegão está mergulhado numa das piores condições de vida, depois de décadas de guerra e falta de atenção médica. Aproximadamente 1.600 em cada 100 mil mulheres morrem ao dar à luz, enquanto 165 em cada mil bebês morrem ao nascer, de acordo com cifras da ONU (Organização das Nações Unidas).
Uma em cada quatro crianças não chega aos cinco anos, acrescenta o informe. O documento do Unicef diz que dois milhões de crianças em idade escolar - aproximadamente 60% do total - não vão à escola primária. Cerca de 1,3 milhão são crianças. Apenas 23% da população - 24 milhões, segundo cifras de 2007 - têm acesso à água potável segura e 12% de instalações sanitárias.
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