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Combustíveis podem ter reajustes
09/03/2008 | 07:08
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A cotação do petróleo caminha a passos largos para os US$ 110 por barril e, segundo analistas, está cada vez mais difícil justificar os preços da gasolina e do diesel no Brasil, sem reajuste desde setembro de 2005.

Esta semana, o óleo leve negociado em Nova York superou, pela primeira vez, o recorde de 1980, ao ultrapassar durante o pregão os US$ 103,76 de abril daquele ano, em valores corrigidos pela inflação. Há duas semanas, a cotação média está acima dos US$ 100 por barril.

Em relatório divulgado esta semana, a corretora Ativa calcula que a Petrobras corre o risco de operar com margens negativas na área de abastecimento caso não repasse a disparada do petróleo para o preço dos combustíveis.

No quarto trimestre de 2007, por exemplo, esse segmento de negócios experimentou queda de 78% no lucro, na comparação com o terceiro trimestre, por causa da defasagem entre os preços dos combustíveis e a cotação do petróleo, que fechou dezembro com preço médio mensal de US$ 91,73 por barril.

Agora, com petróleo acima dos US$ 100, especialistas calculam que a defasagem esteja entre 15% e 20%. “A forte queda no desempenho da área de abastecimento sinalizou a possibilidade de que no primeiro trimestre de 2008, mantendo-se a trajetória de alta no preço do petróleo e dos derivados no mercado internacional, poderemos observar margem negativa nesta área”, diz em relatório a Ativa.

A analista Mônica Araújo diz que, mantendo o padrão usado nos últimos reajustes, a Petrobras deveria promover um aumento de 8% nos preços da gasolina e do diesel. Segundo ela, a companhia costuma observar o aumento médio do petróleo nos últimos quatro meses para calcular os porcentuais de reajuste. Mônica admite, porém, que “a questão é bastante delicada e não terá uma decisão utilizando unicamente ferramentas técnicas.”

Os preços só cairão se houver ajuste pelo lado da demanda, com retração da economia americana, responsável por 30% do consumo mundial.




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