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Falta engenheiros no mercado de trabalho e nas universidades
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
17/02/2008 | 07:09
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Não é só a indústria que pena para achar mão-de-obra qualificada (veja quadro ao lado). O mundo acadêmico também está com problemas para encontrar futuros engenheiros para formar. O Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, por exemplo, fez ontem vestibular para vagas remanescentes – cerca de 70 no curso de Engenharia. São posições para cobrir a falta de candidatos hábeis para ingressar no curso.

Segundo o diretor da Escola de Engenharia, Mário Garrote, isso é uma tendência que ocorre há tempos. “Há vários anos as vagas de engenharia não são preenchidas. É algo que acontece em várias instituições de ensino e temos de nos adaptar. Como não queremos flexibilizar o nosso vestibular, fazemos a nova prova.”

Para Garrote, isso é reflexo de educação básica ruim. “Existe uma má preparação dos alunos. Eles vêm cheios de deficiências. Mas é um problema que não começa no ensino médio. Vem de muito antes”, conta. “Isso não quer dizer que não tenhamos alunos bem preparados. Temos, mas não no número que precisamos.”

De fato, os números fazem toda a diferença – até no universo de profissionais formados. “Essa perda de interesse na engenharia não é só um fenômeno nacional”, explica o chefe do departamento de física da FEI, Vagner Barbeta. “Até os EUA têm diminuição na procura por engenheiros. A diferença é que lá são 25 profissionais a cada 1.000 habitantes. Aqui, o número cai para seis.”

Com a indústria aquecida e investindo em expansão de produção, no entanto, há um pouco mais de interesse pela área. “Essa efervescência do mercado já deixou as pessoas interessadas pela engenharia”, conta Garrote.

No entanto, enquanto esse novo influxo de alunos (que tende a aumentar daqui para frente) não se formar, o Brasil vai passar cinco ou mais anos com déficit de profissionais.




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