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União Européia se recusa a retirar Farc de lista terrorista
Da AFP
22/01/2008 | 11:45
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A UE (União Européia) rejeitou nesta terça-feira de forma taxativa a possibilidade de retirar o grupo guerrilheiro das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) de sua lista de organizações terroristas e reafirmou todo seu apoio ao presidente colombiano Álvaro Uribe na luta contra a violência em seu país e a favor da libertação dos reféns da guerrilha.

De visita a Bruxelas após sua passagem na segunda-feira pela França, Uribe se reuniu com o Alto Representante da UE para a Política Externa, Javier Solana, que assegurou que o bloco não pretende flexibilizar sua posição em relação às Farc.

"A resposta é 'não'. Não há razão para mudar nossa posição", disse Solana ao responder se o bloco pensava em retirar as Farc de sua lista de organizações terroristas da UE seguindo o exemplo da Venezuela, cuja assembléia declarou a guerrilha colombiana e o ELN grupos beligerantes após uma iniciativa nesse sentido do presidente Hugo Chávez.

Solana reiterou em troca que o presidente Uribe "tem todo o apoio" da UE "na batalha contra o terrorismo", e voltou a exigir que as Farc "soltem os reféns sem condições" e de forma imediata. "Todas as idéias que colocar sobre a mesa serão apoiadas pela União Européia. Temos plena confiança nele. É preciso dizer claramente aos terroristas que o que têm a fazer é soltar os reféns sem condições, imediatamente, e essa idéia tem que ser aceita pelas pessoas de boa vontade", afirmou Solana.

Uribe agradeceu a firmeza européia e voltou a criticar as Farc, acusando-as de "seqüestros, torturas, financiamentos por meio do comércio de drogas ilícitas, recrutamentos de crianças e assassinatos de crianças, mulheres grávidas e idosos". "São todas estas circunstâncias que levaram a União Européia a declarar esses grupos terroristas", disse.

Segundo Uribe, as Farc não devem receber o estatuto de grupo beligerante por três razões: não ajudam a paz, não é procedente um grupo violento que atua contra uma democracia e porque a guerrilha não tem controle nem comando.

Em troca, Uribe reiterou sua oferta de negociar a paz e a demarcação de "uma zona de encontro" sem riscos para a população civil para que a libertação dos reféns seja discutida.

Em sua visita a Bruxelas, ele evitou polemizar com Chávez, que liderou uma mediação com a guerrilha para a libertação dos reféns, entre elas a franco-colombiana Ingrid Betancourt, primeiro com a aprovação do governo colombiano e depois sem o consentimento do governo Uribe.




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