O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) promoveu nesta terça-feira um corte emergencial de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros norte-americana, para 3,50% ao ano. A redução surpreendeu o mercado financeiro, que previa o corte de 0,5 ponto percentual.

Em comunicado, o Comitê de Política Monetária do Fed informou que tomou a decisão "à luz do enfraquecimento das perspectivas econômicas e do aumento dos riscos." O banco central americano também baixou em 0,75 ponto percentual a sua taxa de redesconto, para 4%.

A redução nos juros do país era uma medida defendida por muitos especialistas como uma forma de impedir que a crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") contamine a economia real dos Estados Unidos.

Os temores de que a economia norte-americana esteja atravessando uma recessão fizeram com que o presidente George W. Bush anunciasse na última sexta-feira um plano de estímulo que envolve medidas fiscais da ordem de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, em torno de US$ 145 bilhões.

O plano, no entanto, foi considerado ineficiente e derrubou os principais mercados financeiros do mundo nesta segunda-feira. Ontem, o diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, qualificou de "séria" a crise provocada pela desaceleração do crescimento americano, e disse que o plano econômico de George W. Bush "não agradou" as Bolsas.