Economia Titulo
Centrais lançam luta por menor carga de trabalho
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
22/01/2008 | 07:11
Compartilhar notícia


As lideranças das principais centrais sindicais do País oficializaram ontem, na sede da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a pauta unificada da campanha trabalhista deste ano. A principal bandeira é a diminuição da carga semanal de trabalho.

A luta é antiga. Desde a promulgação da Constituição de 1988 – que prevê que a jornada de trabalho não deve ser superior a 44 horas semanais, uma melhora do quadro anterior, de 48 horas – os sindicatos lutam por uma diminuição ainda maior. A meta da CUT, Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e Nova Central é pressionar o Congresso a votar um projeto que diminui essa carga para 40 horas, sem que haja corte nos salários.

Para isso, as centrais sindicais planejam fazer um ato público na Capital em 11 de fevereiro, quando os deputados e senadores voltam do recesso. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, não descarta a possibilidade de os sindicatos promoverem paralisações pontuais na data.

Além disso, as centrais lançaram ontem um abaixo-assinado pela mudança da jornada de trabalho. Artur Henrique, presidente da CUT, prevê que o número de assinaturas chegue a 1 milhão antes da festa de 1º de Maio.

Para o cutista, a medida pode forçar as empresas a contratar mais para manter o atual nível de produção. “Temos tido recordes de empregos nos últimos meses e em 2007 o balanço foi de 1,6 milhão de empregos com carteira assinada. Mas se a jornada for reduzida poderemos criar ainda mais vagas”, diz o sindicalista, que crê em um potencial de até 2 milhões de novas contratações.

Para Paulinho, a redução de jornada e conseqüente contratação de mais mão-de-obra poderia aumentar os gastos dos empregadores, mas isso deve ser prevenido. “A idéia é que o governo entre com uma parte do custo, com cortes de impostos.”

Ele também conta que em certos setores industriais a carga horária semanal já está abaixo das 44 horas. “Cerca de 40% dos metalúrgicos já trabalham menos do que isso, mas ainda acima de 40 horas semanais. Os borracheiros trabalham em média 39 horas”, disse.

Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, o problema da jornada de trabalho é mais visível no comércio. “A redução da carga semanal seria importante para evitar abusos em algumas categorias como a dos comerciários, que chegam a trabalhar 53 horas por semana.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;