O presidente da Bolívia, Evo Morales, e os nove prefeitos do país - entre eles cinco opositores ferrenhos -, chegaram na madrugada desta terça-feira a um princípio de acordo para pôr fim à crise política que paralisa o país.
Em uma reunião que durou quase 12 horas, governistas e opositores decidiram deixar nas mãos de equipes técnicas a avaliação detalhada dos temas irreconciliáveis como a nova Carta Magna e os estatutos autonômicos, o corte de um fundo regional para o pagamento de rendas vitalícias para a velhice e o processo de autonomia exigido por quatro regiões.
"Chegamos a um princípio de acordo com base em seis pontos que voltaremos a analisar na próxima segunda-feira em La Paz", informou o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana ao final de uma longa reunião.
Quintana explicou que o governo e os prefeitos decidiram buscar um pacto final que priorize "a unidade nacional, o papel do Estado na economia, o apoio ao processo de mudança (impulsionado por Evo Morales) e a necessidade de continuar aprofundando o processo democrático com o desenvolvimento das autonomias".
O prefeito de Santa Cruz, Rubén Costas, considerado o principal membro da oposição, confirmou que "começa a ser pautado um grande acordo nacional e que neste caminho é preciso avançar com responsabilidade".
"Deixamos aberta a possibilidade de revisão do processo constitucional, do corte do IDH (Imposto Direto aos Hidrocarbonetos) e das autonomias", resumiu o prefeito de Tarija, Mario Cossio, que confirmou que a partir de quarta-feira uma comissão técnica verificará os efeitos do corte do IDH nas regiões, um dos temas mais complicados para as negociações.
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