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Combates pelo poder continuam na capital do Chade
Da AFP
03/02/2008 | 14:53
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Os combates pelo poder no Chade prosseguiram neste domingo entre o Exército e os rebeldes chadianos no centro da capital Ndjamena, onde o presidente Idriss Deby Itno, entrincheirado em seu palácio, ainda resiste.

Intensos disparos de canhões de tanques do Exército mobilizados ao redor da sede da Presidência causaram estrondos acompanhados de trocas de tiros incessantes.

Os confrontos de sábado, os primeiros em NDjamena desde a ofensiva rebelde de 13 de abril de 2006, provocaram muitas vítimas e os corpos calcinados ou despedaçados jazem nas ruas.

O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, afirmou neste domingo em Paris (capital da França) que o chefe do Estado Maior do Chade, Daud Sumain, morreu nos combates. Fontes militares do país africano já haviam afirmado no sábado que Sumain havia morrido em combates registrados a cerca de 50 quilômetros da capital.

De acordo com a França, aviões de transporte do Exército francês já retiraram na manhã deste domingo 397 estrangeiros de NDjamena para a capital de Gabão, Libreville. “Restam outras 560 pessoas nos três pontos de reagrupamento instalados em NDjamena e no campo militar Kossei das forças francesas”, indicou o capitão Christophe Prazuck.

Enquanto isso, helicópteros do Exército chadiano decolaram da base situada no aeroporto, onde também estão mobilizados os militares franceses da missão Epervier, que atualmente inclui 1.450 homens. Eles dispararam em várias ocasiões, em especial contra uma coluna de veículos dos rebeldes.

“Não tomamos o aeroporto para não obstruir a retirada de estrangeiros, e agora o Exército francês deixa decolar helicópteros (chadianos) que nos atacam”, protestou o porta-voz de um dos três grupos rebeldes chadianos, Abderraman Kulamallah.

A aviação francesa, que se limitou no sábado à noite a utilizar seus helicópteros para garantir a segurança do aeroporto durante a retirada de estrangeiros, ordenou a decolagem, neste domingo pela manhã, de vários caças Mirage F1. Estas aeronaves efetuarão vários vôos sobre Ndjamena.

Os combates deste domingo, segundo dia de uma forte batalha pelo controle de NDjamena, jogaram por terra a possibilidade de um cessar-fogo planejado pelo líder líbio Muammar Khadafi, mediador designado pela UA (União Africana).

A Líbia indicou que Mahamat Nuri, um dos três chefes da aliança rebelde, havia aceitado a trégua, mas pouco depois os insurgentes mudaram de posição.

Batalha -
Os rebeldes, apesar de terem motivações e interesses diferentes, se aliaram em meados de dezembro para tentar derrubar Deby, que está sob pressão do Sudão.

No entanto, o Sudão negou neste domingo qualquer envolvimento com os combates no país vizinho. “O que acontece no Chade é um assunto interno e não temos nada a ver. Desejamos que a situação se acalme neste país, com o qual queremos manter boas relações de vizinhança”, declarou o ministro sudanês das Relações Exteriores, Sammani al-Wassila.



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