O presidente do governo socialista espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, fechou nesta segunda-feira as portas para qualquer possibilidade de diálogo com a organização armada basca ETA caso seja reeleito nas próximas eleições legislativas de março.

Em entrevista ao jornal El Mundo, Zapatero "se compromete claramente" a não manter contatos com o ETA enquanto o grupo não abandonar de maneira unilateral e definitiva a luta armada.

"Não vejo possibilidade alguma de que durante a próxima legislatura ocorra um processo de diálogo como o que realizamos em 2006 com o grupo independentista", afirmou.

No entanto, esta tentativa de "final negociado da violência" não teve resultados concretos, afirmou Zapatero, que abriu uma via para o diálogo com o ETA em junho de 2006 após o cessar-fogo permanente declarado pela organização basca em marco do mesmo ano.

O ETA pôs fim de maneira brutal à tentativa de diálogo, no dia 30 de dezembro de 2006, com um atentado no aeroporto de Madri que matou dois equatorianos residentes na Espanha.

"Depois desta terceira tentativa frustrada de diálogo, cabe apenas a solução unilateral por parte do ETA", explicou o presidente do governo, referindo-se às duas tentativas anteriores de diálogo feitas pelo socialista Felipe González e pelo conservador José Maria Aznar.