Internacional Titulo Venezuela
Próximo presidente dos EUA receberá um 'barco naufragando', afirma Chávez
Da AFP
25/09/2008 | 08:49
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O próximo presidente dos Estados Unidos, que será eleito nas eleições de novembro, assumirá o peso de um "navio naufragando" na crise econômica, disse nesta quinta-feira, em Pequim, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que acrescentou que isto não o deixa feliz.

"O próximo presidente dos Estados Unidos vai receber um barco naufragando. Isto não nos deixa feliz não", declarou Chávez em encontro com 30 empresários chineses no último dia de sua visita ao país asiático, segundo comunicado de seu serviço de imprensa.

"Há uma crise, mas muito profunda, no mundo, e o epicentro dela está nos Estados Unidos pela irresponsabilidade desse modelo capitalista: a especulação", acrescentou Chávez.

"Muitas pessoas estavam pedindo uma reforma profunda, uma restauração da chamada arquitetura financeira internacional. Nunca nos ouviram. Aí estão os resultados", destacou.

"O moderno capitalismo, o neoliberalismo, americano está despencando", declarou.

"Felizmente a China tem seu modelo próprio. A Venezuela tem seu modelo próprio. Não somos dependentes do modelo econômico financeiro dos Estados Unidos", comemorou o presidente.

Mais tarde, em entrevista à imprensa, o presidente venezuelano voltou a se referir ao "tsunami financeiro".

Hugo Chávez ainda afirmou que seu país tem reservas de petróleo suficientes para assumir grandes compromissos de vendas, abastecendo tanto o mercado chinês como os Estados Unidos.

"Eu disse ontem ao presidente (chinês) Hu Jintao na reunião de trabalho: as reservas de petróleo na Venezuela só fazem crescer e crescer", afirmou Chávez no último dia de visita a China.

Na quarta-feira, os dois países assinaram acordos energéticos que prevêem a exportação em 2009 de meio milhão de barris de petróleo por dia da Venezuela a China.

"As reservas estão diminuindo em quase todo o mundo. A Venezuela é um dos poucos países, ao lado de Arábia Saudita, Irã e Rússia, que pode assumir compromissos de grande magnitude com todo o mundo", enfatizou Chávez.

"Não havíamos entrado na Europa, e já estamos entrando em Portugal. Com a China estávamos no zero há três anos", destacou.

"Isso não afeta em nada nossos planos de fornecimento a nenhum outro país do mundo. Estamos simplesmente diversificando nosso mercado petroleiro", completou, em uma clara referência aos Estados Unidos, maior comprador do petróleo venezuelano, mas país que Chávez trata como inimigo político.

"A única ocasião em quase 10 anos de revolução bolivariana em que a Venezuela não enviou petróleo aos Estados Unidos foi quando me derrubaram", disse, a respeito do golpe de Estado de dois dias que sofreu em 2002, que segundo Chávez foi respaldado por Washington.

"Não queremos prejudicar o povo dos Estados Unidos".

"Eu disse apenas que se o governo dos Estados Unidos fizesse a loucura de invadir a Venezuela ou de apoiar outro golpe de Estado, teríamos que tomar uma medida drástica a respeito. Porém, não fizemos, nem temos o plano para fazê-lo, nem queremos fazer", concluiu.

Chávez viajará nesta quinta-feira para a Rússia, a etapa seguinte de seu giro internacional, que o levará também para França e Portugal.




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