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Insumos para construção e agricultura estimulam indústria
03/09/2008 | 07:43
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A produção de bens intermediários, especialmente de insumos para a construção civil e agricultura, e o maior número de dias úteis impulsionaram a alta da produção industrial em julho, que apresentou crescimento de 1% em relação a junho, 8,5% em relação a julho do ano passado, 6,6% no ano e 6,8% em 12 meses. Para o coordenador de indústria do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Silvio Sales, a indústria mostrou "resultados amplamente positivos" em julho, que "confirmam um momento de elevação de ritmo produtivo do setor".

Segundo ele, a indústria vinha apresentando estabilidade até maio e, a partir de junho, voltou a mostrar sinais de aceleração, confirmados em julho apesar do aperto na política monetária a partir de abril. "Os efeitos dos juros chegariam antes no varejo e isso não apareceu ainda", afirmou. Ele observou que, na indústria, os juros afetariam primeiro as decisões de investimentos, e os robustos dados de bens de capital mostram que isso não ocorreu.

Na avaliação de Sales, não há sinal de arrefecimento da demanda. Para reforçar essa tendência, ele argumentou que a produção industrial acumula, em junho e julho, alta de 3,9%, aumento não registrado em dois meses acumulados desde outubro de 2003. Para o diretor, os bens intermediários lideraram a expansão da produção industrial, junto com bens de consumo duráveis e bens de capital - que já vinham na liderança.

Os bens intermediários respondem por cerca de 60% da estrutura industrial e vinham apresentado resultados modestos mas, segundo Sales, houve a confirmação de um ganho de ritmo dessa categoria em julho, com expansão de 1,1% ante junho e de 7,5% ante julho do ano passado.

Segundo ele, ainda que estejam muito vinculados às exportações, já que incluem commodities como minério de ferro, os intermediários estão sendo puxados especialmente pelo mercado interno, sobretudo no que diz respeito aos insumos para construção civil e agricultura.

Na comparação com julho do ano passado, a alta na produção de bens intermediários foi gerada, principalmente, "pelos itens associados à metalurgia básica (10%), indústrias extrativas (8,6%), outros produtos químicos (7,8%) e minerais não-metálicos (10,5%). Nestes setores destacaram-se, respectivamente, os itens: produtos siderúrgicos, minérios de ferro, herbicidas, e cimento". Conforme o IBGE, houve boa contribuição "vinda dos insumos para construção civil com crescimento de 14,4%, melhor resultado desde julho de 1996 (16,8%)".

A produção de bens de consumo, ao contrário, registrou queda de 0,3% em julho na comparação com junho, e aumento de 6,1% em relação a julho de 2007. No ano, houve alta de 4,8% e em 12 meses, de 5,2%.




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