Leco Jucá, 32 anos, e Daniel Peixoto, 24, que formam a dupla musical Montage, se encontraram quando Leco começou a namorar uma das melhores amigas de Daniel. Corria, então, o ano de 2004. Depois de algum tempo, eles foram trabalhar juntos num curta intitulado Lola, da cineasta Natércia Pontes, que nunca foi lançado - Daniel como ator; Leco como diretor de fotografia. Dali, partiram para um projeto na internet, no qual produziam reportagens culturais.

Foi nesse meio jornalístico que conheceram Ricardo Lisboa, idealizador de uma festa que acabou por emprestar o nome à banda que vem ganhando notoriedade há cerca de dois anos no cenário indie - e que chega como uma das atrações nacionais mais pedidas pelo público nesta 9ª edição do Skol Beats, hoje no Sambódromo do Anhembi.

Pois bem, Ricardo Lisboa não só cedeu o nome da baladinha à dupla (que se juntou para fazer um show de brincadeira nessa festa e deixou o público insaciável por bis), como também se tornou empresário do Montage.

A partir dessa festa, ocorrida numa noite aprazível de janeiro de 2005, os garotos naturais de Fortaleza, insatisfeitos com o universo musical predominante de sua terra, decidiram firmar e dar continuidade a essa "fórmula" que haviam criado, com Daniel no vocal e nas performances e Leco na produção sonora, "quase um DJ". E que tanto se destacou em meio a uma avalanche de forrós eletrônicos, tecnobregas e arrochas: uma mistura de house com punk, como preferem definir.

Entre os artistas que os inspiram, chama a atenção um nome em especial postado na página que Daniel e Leco mantêm no site Trama Virtual. Disfarçado entre Sex Pistols, Madonna, The Cure, Prodigy e Marilyn Manson, lá está ele, conterrâneo dos garotos, intérprete de Borbulhas de Amor, Deslizes e Cabecinha no Ombro: Raimundo Fagner. "Acho ele muito f... Sou fã das músicas. Quando ouço as minhas primeiras gravações, acho que canto muito parecido com o Fagner na época áurea", afirma, contundente, Daniel.

O segredo do sucesso, na opinião de ambos, diz respeito ao som ímpar saído do Nordeste e, na seqüência, à qualidade que apresentaram em números crescentes de shows. "Se fôssemos uma banda de forró, com um cartão de visita de Fortaleza, ninguém iria dar a mínima atenção. Quando escutam e se dão conta de que a música que fazemos é bem-feita, vamos quebrando aos poucos esse preconceito intrínseco. O nosso som é o que nos sustenta", concorda a dupla que se apresenta com mais dois músicos responsáveis pelo sintetizador (Paulo Tomé) e pela guitarra (Maurício Fleury).

Som que foi se espalhando no mundinho alternativo de todo o Brasil, graças ao advento internético com seus fotologs, blogs, Orkut e YouTube, criado naquele ano de 2005, e que os ajudou a galgarem espaço até mesmo no Exterior, em apenas três anos de existência.

Após o show de hoje, previsto para começar às 20h45, e no qual já vão experimentar algumas das músicas do segundo álbum que deve sair até o fim do ano, como Malboroman e My Love Has Green Lips, eles pretendem curtir a noite e conferir as apresentações de Justice, Digitalism, Pendulum e Renato Cohen.

Defesa do planeta - Ben Harper e sua banda, The Innocent Criminals, e Dave Matthews Band, além de outros nacionais dos mais variados estilos - Seu Jorge, Vanessa da Mata, O Rappa, NXZero e Afro Lata/Mangue -, foram convocados para uma seqüência de shows pela conscientização e em defesa da sustentabilidade ambiental.

O Festival About Us, marcado para ocorrer amanhã na Chácara do Jockey (Av. Pirajussara, s/nº, altura do nº 5.100 da Av. Francisco Morato) tem estimativa de público de 50 mil pessoas. A organização do evento, idealizado pela empresa nacional Mondo Entretenimento, quer incentivar o público a ir de bicicleta para o festival que terá início às 13h, com a banda Afro Lata/Mangue, e prevê acabar com o show de Dave Matthews Band, que começa às 20h.

Um comboio com saída às 12h de domingo está previsto para sair da base de apoio montada na USP - a concentração tem início às 10h. A distância estimada que os participantes vão percorrer é de 7,9 quilômetros. É necessário que certo pique seja guardado para as 22h, horário previsto para o fim do festival, quando todos voltarão para a USP. O festival vai oferecer 500 vagas para as bikes. Porta-bitucas para quem fuma, tenda sensorial para entender o desequilíbrio que o planeta vem sofrendo e um espaço para aprender mais sobre a reciclagem de materiais também figuram no festival, que optou por ocorrer durante boa parte do dia para economizar energia.