Economia Titulo Portabilidade
Empresas vão mudar subsídios
27/09/2008 | 07:32
Compartilhar notícia


A portabilidade numérica - mecanismo que permite ao cliente trocar de operadora mantendo o mesmo número - deve trazer mudanças nos subsídios dados pelas operadoras para seus clientes comprarem telefones celulares.

Na avaliação de especialistas em telecomunicações, as empresas não vão mais vender aparelhos com descontos generosos para brigar por participação de mercado. Os subsídios passarão a ser dados aos consumidores com gastos acima da média para que eles não mudem de operadora com facilidade.

PASSADO IMPORTANTE
"O subsídio a aparelhos, inclusive de pré-pagos, foi muito importante entre 2003 e 2006, quando as operadoras estavam brigando por participação de mercado. Com a portabilidade, mais vale reter um cliente que gasta mais do que atrair um que não trará o mesmo retorno", diz o analista em telecomunicações da consultoria IDC Brasil, Vinícius Caetano.

Ainda de acordo com ele, a subvenção ficará restrita a aparelhos mais caros, que estimulem a transmissão de dados, principalmente com a utilização da tecnologia 3G. Ele ressalta, no entanto, que essa nova visão de subsídios só deve entrar em prática a partir de meados do ano que vem, quando a portabilidade já estiver disponível em todo o território nacional.

A redução nos subsídios só não será mais agressiva por conta do contrato de fidelidade que os clientes assinam com as operadoras de telefonia celular ao adquirirem aparelhos subvencionados. De acordo com a legislação, esse comprometimento determinado em contrato pode durar até um ano, sendo passível de multa quando rescindido pelo cliente.

"Esses contratos garantem que as empresas recebam de volta o subsídio dado aos aparelhos. Mas, certamente, as operadoras vão ficar mais atentas aos clientes que, de fato, trazem retorno financeiro à empresa. Caso contrário, a operadora fica no zero", afirma Alex Pardellas, analista de telecomunicações do Banif Investment Banking.

FIDELIZAÇÃO - Apesar da possibilidade da fidelização de clientes, Caetano destaca que em outros países esse período pode chegar a dois anos. "Fica mais fácil subsidiar, por exemplo, um iPhone porque o prazo para o retorno é maior", diz o consultor do IDC. Já Pardellas acrescenta que a manutenção do número era um dos mais importantes retentores de clientes pós-pagos nas operadoras, mas que "o subsídio pode assumir este papel".

A preocupação em manter os consumidores que não queriam perder seus números é ratificada pela diretora de Marketing da Oi, Flávia Bittencourt. "As empresas farão de tudo para reter estes clientes. O cliente não terá mais a algema do número", afirma ele.

Apesar da constatação, o caminho de retenção de clientes a ser traçado pela Oi não visará a subvenção de aparelhos celulares. Desde 2006 a empresa não subsidia os equipamentos e, segundo Flávia, manterá esta política.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;