Política Titulo Balanço
Faltam projetos, mas sobram polêmicas
Juliana Gattone
Do Diário do Grande ABC
27/09/2008 | 07:20
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Se faltaram projetos relevantes neste mandato, sobraram polêmicas e discussões acaloradas nos legislativos do Grande ABC. Nos últimos quatro anos, os vereadores da região protagonizaram sessões com longas horas de duração, votações que se transformaram em ações judiciais e até instauração de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

Em São Bernardo, um episódio recente, do dia 26 de junho, promete ficar para a história do Legislativo da cidade. Na ocasião, preocupados com o início do recesso parlamentar, os vereadores excederam o limite: permaneceram no plenário das 9h às 22h para aprovar pacote de 16 projetos de lei do Executivo - 15 encaminhados em regime de urgência. No total, foram 13 horas de discussões, entre uma sessão ordinária e cinco extraordinárias.

Na cidade vizinha, os vereadores de São Caetano foram os responsáveis por iniciar diversas polêmicas. Uma delas, à primeira vista, parecia uma notícia positiva. Mas ao longo do mandato transformou-se em dor de cabeça. Em 2005, ao assumir a presidência da Câmara, Paulo Bottura (PTB) anunciou que o prédio do Legislativo passaria por reforma.

A obra, no entanto, excedeu o prazo e o valor previstos inicialmente. A pouco mais de dois meses do fim do mandato, a sede ainda não foi entregue e saltou de R$ 6 milhões para R$ 8 milhões. Além disso, os vereadores ocupam desde 2006 um prédio alugado na Rua Amazonas, no Centro.

A Câmara de São Caetano também virou alvo ao proporcionar a cada um dos 11 parlamentares três carros. Contrariando as tendências regional e nacional de equilibrar gastos e evitar despesas, o legislativo investiu R$ 500 mil em uma nova frota. Os vereadores já possuíam dois carros, já que em 2005, com a redução de cadeiras, os veículos excedentes foram redistribuídos. Após a polêmica, a Câmara repassou 11 carros à Prefeitura.

Por fim, a reeleição do presidente, em 2007, levantou suspeitas sobre acordo para ser o candidato governista em 2012. Em Santo André, dois fatos marcaram a legislatura. O primeiro deles aconteceu em 2006, quando a Câmara - de maioria governista - instaurou uma CPI com o objetivo de investigar denúncias sobre o processo licitatório para transporte de merenda aberto pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Após sete meses de investigação, em novembro, relatório final concluiu a ausência de qualquer irregularidade no processo.

No fim de 2007, outro revés para os governistas. O racha provocado pela disputa da prévia petista resultou no pedido de demissão coletivo dos secretários do prefeito João Avamileno (PT). À época os vereadores acreditavam que o fato enfraqueceria a bancada e as sessões ficaram restritas a conversas reservadas.

A Câmara de Mauá ficou em evidência nos últimos meses. Isso porque a votação das contas do prefeito Leonel Damo (PV) e dos ex-chefes do Executivo Diniz Lopes (PSDB) e Oswaldo Dias (PT) ocuparam a maior parte das discussões em plenário. As contas dos três foram rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Com maioria governista, a Casa aprovou o relatório do tucano e do atual prefeito e foi obrigada a postergar a análise das contas do petista. Mesmo após a rejeição, Oswaldo Dias conseguiu reverter a situação na Justiça.




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