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GM puxa crescimento do número de vagas de São Caetano

Mercado de trabalho da cidade é o que mais cresceu no Estado de S.Paulo; Ciesp atribui alta à montadora

Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
18/09/2008 | 08:27
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Pesquisa divulgada pela Fiesp aponta São Caetano como a principal responsável pela aceleração no volume de vagas na indústria paulista no último ano. No acumulado registrado desde agosto de 2007 até o mesmo mês deste ano, o crescimento já é de 12% frente ao ano anterior.

Para William Pesinato, diretor-titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, o mercado automobilístico aquecido refletiu no período. "O resultado vem do volume de vendas da GM (General Motors) que vinha crescendo", afirma.

A falta de diversidade indústrial do município, segundo Pesinato, faz com que a principal alavanca para o crescimento seja a montadora. "A gente sempre se refere à GM e a tudo que envolve seu processo produtivo. Quando a GM cresce, os serviços também crescem na cidade", complementa.

Conforme divulgado pela montadora, foram abertas 2.348 novas vagas na região entre 2007 e 2008, um crescimento de aproximadamente 25%. No Brasil, a GM já totaliza 24.167 funcionários.

A regional do Ciesp de Santo André, que engloba Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, ocupa o terceiro lugar com 8,9% de crescimento desde agosto do ano passado. O destaque de agosto é do setor de máquinas e equipamentos de informática, que também encabeçou os resultados de São Bernardo. A cidade ficou em 12º lugar nos últimos 12 meses. Diadema marcou a 29ª posição, com o tímido crescimento de 0,9%.

ESTADUAL - A pesquisa divulgada pela Fiesp apurou abertura de 7.000 vagas na indústria paulista no mês de agosto, o que representa um aumento de 0,32%. Para Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos), o crescimento é razoável. "Não existem fatos chocantes, quase meio por cento é um aumento bastante bom", comenta. No acumulado do ano já são 156 mil vagas.

As indústrias de máquinas e equipamentos de informática foram responsáveis pela maior parte desse aumento, registrando alta de 4,14% no número de vagas. O principal limitador na constatação mensal foi o setor de açúcar e álcool, responsável pelo encerramento de 2.846 vagas, uma redução de 0,13% no comparativo com o mês de julho. Segundo Francini, o resultado se deve à mecanização e à busca pela redução nos custos. "São vagas que devem se esvaziar com o avanço da tecnologia. As projeções indicam que até 2015 já teremos cerca de 100 mil postos extintos", disse.

Selic alta segura aumento no número de vagas disponíveis

O diretor do Depecon da Fiesp, Paulo Francini, defendeu fortemente a redução da taxa de juros básicos como forma de estimular o emprego na indústria. "Obviamente o aumento da Selic encarece os investimentos. Não é a melhor hora do Banco Central promover o aumento do custo do crédito porque fora do País a crise já está instalada. O Banco Central não precisa fazer essa loucura".

INTERNACIONAL - Para ele, o "ano está salvo" e a crise fora do País ainda não assusta os industriais brasileiros. "O empresário não é economista nem passa o dia estudando gráficos e tabelas. A demanda é o que estimula. Se ele vendeu e tem de entregar, ele produz".

Francini não arrisca qualquer expectativa quanto ao curto prazo e acredita que qualquer dificuldade só tocará o setor em 2009. "O empresário não vai parar de produzir porque está com medo do ano que vem. Não tem mestre ou ciência capaz de dizer o que vai acontecer. O que nos resta é vigiar e orar".

REGIONAL - O diretor-titular da Ciesp de São Caetano, William Pesinato também acredita que no curto prazo a crise externa não deve interferir no volume de empregos da indústria de São Caetano. "Eu tenho aconselhado todos a tomar muito cuidado. Ainda não sabemos o que vem pela frente", alerta. "Nossa torcida é pela estabilização porque estamos mantendo o crescimento".




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