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Falta vaga em mais da metade dos cemitérios de SP
15/09/2008 | 08:23
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Até na hora da morte há que se esperar em São Paulo. Na cidade de 10,7 milhões de habitantes, 6,1 milhões de veículos e tantos outros números astronômicos, morrem 220 pessoas por dia e funciona o maior serviço funerário da América Latina. Uma autarquia municipal com 1,6 mil funcionários e 70 veículos administra os 22 cemitérios públicos, sem vagas em sua maioria.

Levantamento obtido pelo Jornal da Tarde mostra que apenas 548 dos 134.128 terrenos permanentes nos cemitérios municipais estavam disponíveis na última quinta-feira. Se forem levados em conta somente os cemitérios de elite, considerados de "categoria 1" - onde o metro quadrado custa R$ 3.173,00 -, a situação é ainda pior: havia somente uma vaga no Quarta Parada, 33 no Lapa e 43 no Araçá.

Para avaliar a possibilidade de conseguir um terreno, a reportagem entrou em contato telefônico com a administração central dos cemitérios, identificando-se como potencial compradora. "No Quarta Parada é impossível", disse a funcionária. "Lá tem fila de espera de mais de dois anos", complementou. Um servidor administrativo do próprio cemitério exemplificou o tamanho da procura: "Quando a gente fica sabendo de uma nova vaga, já está tudo resolvido com o comprador."

Ainda assim, espaço nas chamadas quadras gerais não falta. Trata-se de lotes em que a rotatividade é grande. Para ser sepultado ali, paga-se somente a taxa de serviço, atualmente afixada em R$ 59,05. Em três anos, os restos mortais são exumados - geralmente depositados em ossário geral - e a área volta a ser reutilizada. O problema é quando o familiar quer um destino definitivo ao ente querido.

Das cerca de 220 pessoas que morrem por dia na cidade, apenas 7% são cremadas. Outras 7% acabam transferidas para cemitérios de fora e 16% são sepultadas em necrópoles particulares - onde o terreno chega a custar R$ 40 mil. O restante (uma média de 155 mortos) é enterrado em um dos 22 cemitérios públicos municipais.




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