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Mercado de Opções é alternativa de risco e exige muita cautela
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
14/09/2008 | 07:13
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Com forte potencial, o mercado de opções oferece retorno rápido, mas envolve muitos riscos.

COMO FUNCIONA
E
m uma situação hipotética, o vendedor tem um lote de ações e o comprador tem interesse em adquiri-lo dentro de dois meses. Hoje, esse produto custa R$ 100.

O vendedor, por sua vez, precisa do dinheiro dentro dos mesmos dois meses e tem receio de não conseguir a venda no futuro. Assim, ele oferece uma opção de compra deste produto, com a qual garante que, dentro do prazo estipulado, terá o valor inicial de R$ 100 em mãos. Para o acordo, ambos negociam um prêmio, de R$ 50, que será pago ao vendedor como forma de garantia da reserva.

Assim, o comprador passa a ter uma opção de compra e o vendedor passa a ter a obrigação de venda.

Dois meses depois, o mesmo lote de ações custa R$200, ou seja, duas vezes o preço inicial. Realizada a transação, o comprador desembolsou R$ 150 por ações que valem R$ 200, podendo adiciona-las à sua carteira ou revende-las pelo preço de mercado, com cerca de 33% de lucro.

O vendedor, por sua vez, apenas ganhou menos pela segurança de sua venda. Ao invés de possuir apenas ações que custam R$ 100, como no passado, ele passa a ter um capital de R$ 150 que pode ser retirado ou reinvestido em outras oportunidades.

Dentro da mesma situação hipotética, suponhamos que ao vencimento do contrato, o mesmo lote de ações custe R$ 80. O comprador não exerce seu direito e só perde os R$ 50 que pagou pela reserva.

O vendedor, deixa de receber os R$ 100 acordados, mas leva os R$ 50 do prêmio, tendo muito mais retorno do que qualquer investimento mais conservador.

NO MERCADO
Apesar da dinâmica simples, o mercado de opções oferece um risco maior que o mercado acionário comum e, portanto, requer mais cuidado.

"No caso das opções, é necessário que o investidor procure um curso, para se aprofundar no tema", afirma Wagner Caetano, diretor da Top Traders, de Diadema. "Nesse mercado, no Brasil, só se vende e compra com facilidade as opções da Petrobrás e da Vale", aconselha.

A dica de Luiz Jurandir, consultor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) é não comprometer valores essenciais. "Aconselho que o investidor iniciante utilize um valor que esteja parado. Investir para levantar fundos para realização de uma cirurgia ou outra atividade essencial, por exemplo, não é recomendado."

DISTÂNCIA
O professor de finanças da Uniabc, Alberto Belli, prefere se manter longe desse mercado. "Poucas pessoas conhecem esse mercado.É muita adrenalina. Com isso, se cria uma espécie de vício. Para quem não é especialista, fica bem difícil fazer bons negócios", defende.




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