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STF libera 9 integrantes da 'tropa de choque' do PCC
11/09/2008 | 08:18
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A "tropa de choque" da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) vai ser solta. Assim é conhecido pela polícia o grupo montado em parceria com o CV (Comando Vermelho) para uma das mais ousadas ações do crime organizado já feitas no Estado: tomar de assalto um presídio e soltar 1.279 presos, incluindo o seqüestrador Jorge de Souza, o Carioca, integrante do CV.

A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), por unanimidade e com aval do Ministério Público Federal, concedeu terça-feira habeas-corpus para nove integrantes do bando, estendendo a eles o benefício que já havia sido dado a Rafael Fernando da Silva, 26 anos, em abril.

A razão de o STF ter concordado em soltar os acusados é o fato de os réus estarem presos há quatro anos sem que nem mesmo a instrução do processo - fase em que são recolhidas as provas e depoimentos - tivesse sido concluída. O motivo de tanto atraso, como ressaltou o ministro Carlos Ayres Brito em seu voto, não foi nenhuma ação protelatória dos defensores dos réus, mas o fato de que muitas audiências foram cancelas e remarcadas por "falta de efetivo estatal para apresentação de presos ao juízo criminal, tendo em vista a alta periculosidade dos agentes". Não havia escolta suficiente para levar os presos com segurança do presídio ao tribunal.

"Só dois rapazes não serão soltos porque respondem a outros processos. O STF não fez nada mais do que sua obrigação. Meu cliente é primário e estava havia quatro anos preso sem julgamento", disse a advogada Paula de Cássio Rodrigues Branco, que defende Leandro Marcelo de Souza, 31, um dos 12 réus acusados pela tentativa de matar dois policiais, por formação de quadrilha e porte de armas.

A prisão da quadrilha ocorreu em 1º de julho de 2004. O bando foi detido depois que escutas telefônicas feitas pelo Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) detectaram que o PCC e o CV se preparavam para tomar de assalto a Penitenciária 2 de Franco da Rocha. Leandro ia usar uma carteira de advogado para entrar na prisão e dominar a guarda, abrindo o portão. Além de soltar Carioca, o bando pretendia promover a fuga em massa de todos os presos. O grupo, no entanto foi surpreendido pelos policiais numa casa na cidade vizinha de Francisco Morato, quando se preparava para o resgate.




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