Mesmo com a alta dos juros e ameaças do governo de frear o financiamento, o número de consumidores que compraram um automóvel pela primeira vez continua crescendo. Muitos deles pertencem à classe C, que vem aproveitando os prazos longos para adquirir bens em parcelas acessíveis.
Pesquisa com 1.320 consumidores, realizada entre junho e o início deste mês em seis grandes feirões de automóveis em São Paulo mostra que 48,3% dos consumidores compraram carro zero pela primeira vez. Igual amostragem feita no fim de 2007 apontava para um índice de 43%. Já o porcentual de clientes que adquiriu o primeiro carro usado passou de 8% no fim do ano passado para 21% neste ano.
Em todo o ano passado, uma pesquisa nacional feita pelas montadoras indicava que 246 mil pessoas realizaram o sonho do carro novo, o equivalente a 10,5% das vendas totais de automóveis e comerciais leves no período. Segundo Ayrton Fontes, economista da MSantos, a maior parte dos que tiveram acesso ao primeiro carro tem renda mensal entre R$ 1,4 mil e R$ 2 mil e optou por modelos populares para pagamento em até 60 meses.
"O que atrai esse entrante no mercado é o plano longo, que permite ao cliente realizar o desejo ou necessidade de ter um automóvel", confirma Dirceu Variz, diretor comercial da Finasa, uma das maiores financeiras do País, pertencente ao Bradesco. Por receio da inadimplência, a maioria das instituições reduziu o prazo máximo de financiamento para 60 meses, exige pelo menos 10% de entrada e concede crédito apenas para quem tem entre 20% e 25% da renda comprometida com dívidas. Antes, o limite ia a 35% da renda.
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