A escalada do preço do aço no mercado internacional começou a dar sinais de arrefecimento nas últimas semanas, colocando em risco a possibilidade de um quarto reajuste do aço no mercado brasileiro ainda neste ano.

Os especialistas alertam que a redução do preço no mercado internacional torna as importações de aço mais competitivas e tende a inibir novos reajustes no Brasil.

Nos oito primeiros meses deste ano, as siderúrgicas nacionais acompanharam a alta nos preços externos com o anúncio de três reajustes no aço que somaram cerca de 50%. O repasse mais recente foi anunciado em agosto e deve impactar os índices de inflação somente nos próximos meses, à medida que as indústrias consumirem seus estoques de aço.

Por este motivo, a FGV (Fundação Getulio Vargas) prevê que o aumento da inflação dos preços siderúrgicos (que inclui uma cesta maior com mais de 10 produtos) no atacado ainda vai subir e deve chegar a 30% até o final do ano.

Nas últimas semanas, a queda dos preços internacionais se concentrou na Ásia, em especial na China, onde os preços domésticos das bobinas a quente no mercado à vista passaram de US$ 850 por tonelada em julho para US$ 725 por tonelada em agosto, queda de 14%. Outra queda expressiva ocorreu na Turquia, com retração de 5%.

Segundo especialistas, o movimento foi influenciado pelo aumento da oferta de aço chinês e a um movimento natural de ajuste diante das seguidas correções.