Internacional Titulo Liberdade
Seqüestradores de avião sudanês na Líbia se rendem

Homens que mantinham tripulantes de um avião da Sun Air como reféns se entregam após negociações

Da AFP
27/08/2008 | 09:16
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Os dois seqüestradores do avião sudanês que aterrissou na Líbia se entregaram na tarde desta quarta-feira às autoridades líbias, depois de terem libertado os passageiros e os tripulantes do aparelho. A informação foi dada nesta quarta-feira à AFP por um representante do governo do país.

"Os dois seqüestradores não resistiram à prisão, e os tripulantes estão sãos e salvos", informou.

O Boeing 737, que transportava 87 passageiros, havia sido desviado terça-feira depois de decolar de Nyala, em Darfur (oeste do Sudão), com destino a Cartum.

Os seqüestradores, que queriam seguir para Paris, tinham sido obrigados a pousar em Kuffra para abastecer. No entanto, as autoridades líbias se recusaram a fornecer o combustível e começaram a negociar.

Na manhã desta quarta-feira, os seqüestradores libertaram todos os passageiros, mas mantiveram os oito tripulantes por mais algumas horas.

O dirigente líbio não identificado comentou que as autoridades ainda não sabem "de onde vêm os seqüestradores". "Temos que esperar os resultados da investigação", declarou.

Ele também destacou que uma delegação sudanesa chegou hoje a Kufra, e que um avião civil líbio levará os 87 passageiros para Cartum, seu destino inicial.

Depois de pousar na Líbia, nesta madrugada, os seqüestradores afirmaram pertencer ao SLA (Exército de Libertação do Sudão), um movimento rebelde de Darfur, e pediram combustível para ir buscar seu chefe Abdel Wahid Mohammed Nur em Paris, segundo o diretor do aeroporto militar de Kufra, Khaled Saseya, que citou o piloto do avião.

De acordo com o piloto, "os seqüestradores afirmaram ter coordenado a operação com Mohammed Nur" e pediram um plano de vôo para seguir para a capital francesa. Entretanto, Nur, que vive em Paris, negou qualquer ligação com a operação dos seqüestradores.

"Ele é um verdadeiro chefe da resistência em Darfur, que afirma não conhecer essas pessoas e que se recusa categoricamente a empregar tais métodos", declarou, por sua vez, o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner.

Autoridades - A França expressou sua "satisfação" depois da libertação sem violência de todos os passageiros do avião, e se disse "disponível para favorecer uma solução" que permita resolver a crise.

Já em Cartum, as autoridades pediram à Líbia a entrega dos "terroristas". "Queremos a garantia de que os seqüestradores serão entregues ao governo para serem julgados aqui", declarou a chancelaria sudanesa em comunicado.

Darfur - Três líderes de um ex-movimento rebelde em Darfur que assinou um acordo de paz com Cartum em 2006 estavam a bordo do avião, segundo um dirigente do grupo, a facção Minni Minawi do Movimento de Libertação do Sudão.

Citado pela agência líbia Jana, o diretor da aviação civil líbia, Mohamed Chlibak, ressaltou que dois oficiais egípcios da força híbrida ONU-UA em Darfur, dois etíopes e um ugandês estavam entre os passageiros.

O conflito em Darfur, onde se enfrentam forças governamentais apoiadas por milícias árabes e movimentos rebeldes, provocou a morte de 300 mil pessoas em cinco anos, segundo a ONU. Cartum admite apenas a existência de cerca de 10 mil mortos.




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