Modernizar é preciso? Sim! Principalmente quando o objetivo é aumentar a participação em um dos segmentos mais competitivos e que mais crescem no mercado automotivo brasileiro em 2008: o dos utilitários esportivos. E ao refletir sobre essa pergunta, a Nissan resolveu se mexer e trazer para o País a nova X-Trail.

O modelo é oferecido em duas versões de acabamento, ambas com opções 4x4, 4x2 (dianteira) e Auto (seleção automática da tração) com seletor no console central. A SE, que custa a partir de R$ 94.990, oferece uma gama generosa de equipamentos de série, como ar-condicionado automático, air bags frontais, freios ABS com EBD, direção elétrica com assistência variada, piloto automático (controle eletrônico de velocidade), rodas de liga leve (16 polegadas) e barras longitudinais no teto com faróis integrados.
Já a versão topo de linha LE custa R$ 102.590 e traz, além de todos os itens contidos na SE, air bags laterais e do tipo cortina, teto solar elétrico panorâmico, bancos, manopla do câmbio e volante revestidos com couro, faróis de neblina, CD changer para seis discos e MP3 player, além de bancos com ajustes elétricos e sistema de aquecimento.

Como opcionais para o utilitário esportivo, a Nissan oferece aerofólio de teto, espelhos retrovisores externos com iluminação indicativa e rodas com aro de 17 polegadas.
Avaliação - Na primeira troca de olhares com o X-Trail 2009, uma ligeira decepção se fez presente. Assim como seu antecessor, o modelo importado do Japão manteve as linhas retas, pouco harmônicas e modernas. Destaques negativos para o design da nova traseira visualmente desproporcional e para as rodas de 16 polegadas, que esteticamente ficaram pequenas diante da grandiosidade do veículo, que cresceu em comprimento, altura e largura. Essa sensação, no entanto, pode ser amenizada com as rodas de 17 polegadas.

Internamente, a decepção é substituída rapidamente por uma agradável surpresa. O excelente acabamento, o satisfatório encaixe das peças e o revestimento de couro conferem requinte ao utilitário. Destaque para o plástico utilizado no painel das portas, ligeiramente mais agradável ao toque do que o material convencional.

Espaço também é o que não falta. Quem viaja no banco traseiro não encontra problemas com as pernas, mesmo com os ocupantes da frente deslocando os bancos totalmente para trás. Os mais altos, porém, podem ter problemas com a cabeça, já que o teto da X-Trail é um pouco baixo. Ponto positivo para a capacidade de carga do porta-malas: 603 litros.

Em movimento, o X-Trail não é nenhum exemplo de saúde e vigor. Com o mesmo motor 2.0 16V do Sentra, o utilitário desenvolve 138 cv de potência a 5.200 rpm, torque de 20,2 mkgf a 4.400 rpm e alcança a velocidade máxima de 172 km/h. Sua aceleração é boa - segundo a montadora, o modelo vai de 0 a 100 km/h em apenas 11,9 segundos - , mas, nas retomadas, o utilitário demora a alcançar grandes velocidades, passando certa insegurança ao efetuar uma ultrapassagem na estrada, por exemplo.

A decepção só não é maior graças ao excelente e consagrado câmbio CVT (transmissão continuamente variável) - aquela que passa a impressão do carro estar em uma eterna primeira marcha - e pelo bom acerto da suspensão, ideal tanto para o asfalto, quanto para os trechos em terra ou com pedregulhos. A sensação é de total controle.

X-Trail tem dura concorrência entre os utilitários esportivos médios

A Nissan não é a única a apostar suas fichas nos utilitários esportivos médios. Percebendo o crescimento sólido do segmento, outras montadoras estão investindo alto. Além do X-Trail, o leque de opções traz Honda CR-V, Toyota RAV4, Hyundai Tucson e Kia Sportage - a maioria com motor de 2 litros.

E com os preços sugeridos de R$ 94.990 para sua versão de entrada e R$ 102.590 para a topo de linha, a montadora de origem japonesa pretende comercializar pelo menos 100 unidades por mês do novo modelo.